A declaração de rendimentos que Ricardo Robles entregou no Tribunal Constitucional no final do ano passado ia acompanhada por vários documentos, entre os quais um da Caixa Geral de Depósitos relativo ao crédito que contraiu para a remodelação do prédio de Alfama – que está no centro do caso que levou ontem à demissão do vereador do Bloco de Esquerda. Nesse comprovativo bancário ficava claro que quando contraiu o empréstimo, Robles e a irmã já tinham a intenção de o colocar a render. “Tipo de crédito: habitação. Finalidade: obras em imóvel para rendimento”, lê-se.
A declaração de rendimentos foi também acompanhada por um comprovativo do crédito conseguido por Robles junto do Banco Santander Totta para compra a casa da Rua Conde de Redondo, que foi a sua morada até ao ano passado, das cadernetas prediais dos imóveis e da sua nota de liquidação e IRS.
Ricardo Robles declarou como rendimentos por trabalho dependente 6074,22 euros, por trabalho independente 9978,71 euros e apresentou rendimentos prediais que se fixavam nos 5079,12 euros.
Acabou, no entanto, por apresentar uma atualização da sua declaração em junho deste ano, na qual surgiam poucas alterações – a lei determina que se deve atualizar a declaração junto do TC apenas quando se verifica um incremento no património igual ou superior a 50 salários mínimos. Mas não foi isso que aconteceu: na nova declaração apenas consta uma nova morada, junto ao Saldanha (a sua casa da Rua Conde de Redondo estará agora para alugar por 1300 euros), e é referido que o crédito à Caixa Geral de Depósitos é de 500 mil euros – na primeira declaração surgia apenas 447 mil euros.