Antigos socráticos preparam  assalto ao poder em Castelo Branco

Antigos socráticos preparam assalto ao poder em Castelo Branco


Luís Correia (PS), condenado a perda de mandato, deixa a Câmara nos próximos dias. Já há uma ‘coligação de interesses’ em marcha pela sucessão.


Confirmada a perda de mandato pelo Supremo Tribunal Administrativo, e tendo esgotado as vias de recurso no Tribunal Constitucional, Luís Correia deverá deixar o cargo de presidente da Câmara de Castelo Branco nos próximos dias. E a ‘corrida’ à sua sucessão está a ferver entre os socialistas… e não só.

Na Câmara – que deixa com situação financeira desafogada – Luís Correia renovou praticamente toda a equipa autárquica, afastando ‘dinossauros’ locais do PS, ligados a ‘históricos’ do partido como o antigo autarca Joaquim Mourão. Estes estão agora contra a linha de renovação de Luís Correia e contra o presidente da concelhia socialista albicastrense, Arnaldo Brás.

Brás, com o apoio do presidente da Câmara, venceu as eleições para o PS local em janeiro passado, derrotando Fernando Raposo, candidato apoiado por Valter Lemos, Serrasqueiro e a linha ‘ex-socrática’, hoje minoritária em Castelo Branco.

Mas que não desiste de tentar reconquistar a Câmara, desde a saída de Joaquim Mourão – após quatro mandatos consecutivos.

Aliás, o nome de Mourão chegou a ser aventado como hipótese para um regresso quando se soube da perda de mandato de Luís Correia, mas, segundo fontes ouvidas pelo i, as “consecutivas polémicas em que tem estado envolvido fragilizaram-no”.

Também Valter Lemos é apontado como um possível candidato, mas a sua recente derrota no Instituto politécnico local não é um bom augurio. 

Fernando Serrasqueiro – muito próximo de José Sócrates, é sua testemunha na Operação Marquês e foi seu secretário de Estado do Comércio – é outra possibilidade, mas não joga a seu favor a proximidade ao atual vereador social-democrata Carlos Almeida, já esta “coligação de interesses” entre socialistas e sociais-democratas não é bem aceite pelas estruturas locais de ambos os partidos.

Em setembro, Carlos Almeida defronta Paulo Moradias nas eleições para a concelhia do PSD local. E Almeida, apoiante de Luís Montenegro, poderá não ter apoio do partido, prevendo-se que Moradias seja a preferência de Rui Rio. 
Outro elemento ativo nesta equação é a não menos polémica ex-governadora civil Maria Alzira Serrasqueiro, que ainda este fim de semana, após a vitória de Vítor Pereira nas eleições para a distrital de Castelo Branco – o presidente da Câmara da Covilhã era apoiado pela linha dos ‘históricos socráticos’ – deu largas à sua euforia nas redes sociais: “Voltei a ter orgulho em ser do PS”.

A luta ainda agora vai começar, mas promete.