Ensino Superior. Suspeitas de favorecimentos na Universidade de Coimbra

Ensino Superior. Suspeitas de favorecimentos na Universidade de Coimbra


Sindicato Nacional do Ensino Superior assume ao i casos de alegados favorecimentos – troca de votos por cargos – na Universidade de Coimbra nas últimas eleições e pede intervenção do Ministério Público.


A situação financeira na Universidade de Coimbra tem vindo a agravar-se nos últimos anos e surgem agora suspeitas de alegadas trocas de votos por nomeações para cargos nas últimas eleições – nas quais se elegeu o atual reitor da instituição de ensino. A situação pode agravar ainda mais a crise financeira por que a universidade está a passar. Ao i, o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) assumiu as suspeitas de alegados conflitos de interesse – troca de votos por nomeações – e sublinhou que “importa que o Ministério Público averigue aquilo que se passou em relação a esta eleição”.

Nas últimas eleições, que aconteceram em fevereiro de 2019, o atual reitor Amílcar Falcão venceu com a diferença de quatro votos. Após as eleições, cinco membros do Conselho Geral que deram o seu voto ao atual reitor – dois alunos e três professores – foram convidados pelo reitor para serem vice-reitores ou para trabalharem nos serviços da reitoria.

Relativamente aos professores, explicou Gonçalo Leite Velho, presidente do SNESup, existem “dois membros do Conselho Geral, professores, que passam também para vice-reitores”, acrescentando que “passaram imediatamente a seguir à nomeação do reitor”. De acordo com o despacho publicado em Diário da República, assinado por Amílcar Falcão no início de maio de 2019, os professores em questão, Cláudia Cavadas e Luís Alberto Simões da Silva – membros do Conselho Geral como representantes dos docentes e cabeças das listas I e U, respetivamente – foram nomeados vice-reitores.

O terceiro docente, José Augusto Ferreira, é nomeado para subdiretor do Instituto de Investigação Interdisciplinar – instituto dirigido por Cláudia Cavadas, nomeada vice-reitora. O documento de nomeação, também publicado em Diário da República, está assinado com a data de 3 de outubro, mas “produz efeitos a 1 de abril de 2019”, lê-se no documento.

“claro conflito de interesses” “A grande questão aqui tem a ver com o claro conflito de interesses”, avançou Gonçalo Leite Velho, acrescentando que estes casos retiram “a questão do mérito numa eleição, colocando a eleição, essencialmente, numa troca de influências, numa troca de votos, que é tudo menos o que devia acontecer”.

Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.