Foi nessa condição que votei e acordei surpreendido com o resultado eleitoral em Almada. Nem a CDU esperava perder o mais importante bastião a sul do Tejo, nem o PS acreditava ser possível romper com uma maioria absoluta descendente do poder hegemónico desde o 25 de Abril. E agora? Não faço ideia se Inês de Medeiros é a pessoa certa para o cargo, mas esta é uma sólida oportunidade de mudança que não pode ser ignorada por políticos e cidadãos.
Almada falhou em construir pontes e criar dinâmicas com Lisboa para não só chamar turistas, estrangeiros e investimento, como também fixar gerações nascentes com um vínculo cada vez menor à cidade. Em vez disso, escolheu a política do isolamento. Alheou-se de um tempo convidativo a injetar sangue novo na cidade, a mando de uma lógica de pregar aos convertidos, proteger os protegidos e trabalhar para os votos adquiridos.
As eleições decretaram uma mudança na cor política. Há quem critique Inês Medeiros por ser atriz (?!) e por não viver na cidade. Que a resposta seja uma visão mais ampla de uma Almada dentro do mundo.