De cada vez que saímos de casa, que apanhamos um avião, que arrastamos cadeiras numa sala de aula, as pequenas vibrações no solo podem ser captadas pelos sensores que ajudam a sismologia a analisar os movimentos terrestres.
Nos últimos meses, uma rede de investigadores dedicou-se a analisar o confinamento dessa perspetiva. Incluíram registos de 268 estações sísmicas em 117 países e em 185 houve quebras no ruído detetado, sobretudo nas zonas mais densamente povoadas, como Singapura ou Nova Iorque, onde até aos domingos à noite o Central Park registou uma redução de ruído de 10% face ao período pré-pandemia. Mas os sismómetros também acalmaram em áreas remotas como a Floresta Negra, na Alemanha, ou em Rundu, na Namíbia.
Os resultados foram publicados esta quinta-feira na revista Science e mostram que nunca a Terra tinha ficado tão silenciosa, pelo menos no que toca ao ruído causado pela atividade humana e desde que há registos. Stephen Hicks, investigador do Departamento de Engenharia e Ciências da Terra do Imperial College London e um dos autores do estudo, admite que foi uma acalmia sem precedentes e que o planeta não estava tão sossegado pelo menos desde a industrialização – ainda que isso não tenha tido impacto na atividade sísmica, que ficou apenas mais visível. O i conversou com o investigador sobre as conclusões e qual poderá ser o papel da sismologia numa próxima vaga de covid-19.
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