Paralímpicos. Portugal entra na reta final à procura das medalhas

Paralímpicos. Portugal entra na reta final à procura das medalhas


Ana Margarida Filipe e Cláudia Santos vão representar Portugal na final de salto em comprimento T20, na manhã desta sexta-feira. Ontem, o país falhou as medalhas, mas conquistou novo diploma, com o sexto lugar de Daniel Videira na final dos 400 metros livres S6.


Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 aproximam-se do seu fim, marcado para o dia 5 de setembro. Ainda assim, os atletas portugueses podem ainda arrecadar umas quantas medalhas. No salto em comprimento T20, Ana Margarida Filipe, de 22 anos, representará as cores nacionais, meses após, nos campeonatos da Europa de atletismo adaptado de pista coberta, em Nantes, ter trazido para a sua terra natal, a ilha Terceira, nos Açores, três medalhas de ouro (60 metros barreiras, triplo salto e salto em altura) e uma de prata (salto em comprimento).

A atleta açoriana marcou presença nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, onde alcançou o 9.º lugar nesta mesma prova, e tem aqui a oportunidade de melhorar o seu desempenho no maior evento de desporto adaptado do mundo.

Ao seu lado nesta prova, em Tóquio, estará também a atleta portuguesa – natural do distrito de Viseu – Cláudia Santos, que fará a sua estreia em Jogos Paralímpicos.

Portugueses nos 100 metros Ainda no atletismo, Portugal tentará também a sua sorte em Tóquio, nos 100 metros T51. Na prova estarão os atletas lusitanos João Correia e Hélder Mestre. 

Correia, que está numa cadeira de rodas desde os dois anos de idade, devido a um acidente de viação, orgulha-se, como se pode ler no seu website pessoal, de ter mais de 3600 horas de treinos, e de ter participado num total de 69 provas, que resultaram em 2 medalhas internacionais, ao longo de 20 anos de carreira. É campeão nacional nos 100 metros T51, feito alcançado em junho deste ano.

Já Hélder Mestre, que conquistou, em Tóquio’2020, o sexto lugar na final dos 200 metros T51, vai agora lutar também nos 100 metros pelos lugares do topo da classificação, na mesma prova onde, em 2016, foi sétimo, nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.

Mais um diploma para Portugal A contagem de medalhas portuguesas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio continua relativamente escassa, registando-se, à hora de fecho desta edição, apenas uma conquista no pódio para Portugal, com o bronze de Miguel Monteiro no lançamento do peso F40.

Ainda assim, a comitiva portuguesa tem-se mantido na metade superior da classificação em várias ocasiões, e quinta-feira foi dia de mais um diploma. Daniel Videira, estreante na competição, conquistou o 13.º diploma português em Tóquio, ao alcançar a sexta posição na final dos 400 metros livres S6, em natação.

O feito do nadador de 29 anos, que terminou a prova em 5.24,92 minutos, permitiu-lhe gabar-se também da melhor classificação obtida por qualquer elemento da natação portuguesa em Tóquio’2020.

Videira, sétimo no ranking mundial da categoria, manteve-se, no entanto, distante do recorde nacional da classe, que o mesmo detém, em 5.17,72 minutos, alcançado no Campeonato da Europa de natação, em maio.

Portugal na final de 200 metros VL2 Apesar de faltarem poucos dias para o fim dos Jogos Paralímpicos, Portugal tem ainda boas possibilidades de aumentar o número de medalhas conquistadas e igualar ou melhorar o registo do Rio’2016, quando conquistou quatro medalhas de bronze.

O canoísta Norberto Mourão, por exemplo, campeão europeu e vice-campeão mundial, voou sem grandes problemas na segunda eliminatória dos 200 metros VL2 de canoagem, acabando na primeira posição, e assegurando passagem direta à final, que será disputada no sábado às 11h12 locais (3h12 de Lisboa), no Sea Forest Waterway.

Mourão, estreante nos Jogos Paralímpicos após ter falhado a classificação em 2016 por apenas alguns segundos, brilhou baixo a forte chuva que se fez sentir durante a prova, completando o percurso em 57,831 segundos, resultando no quarto melhor tempo geral, onde o brasileiro Paulo Rufino lidera com a sua marca de 55,258 segundos.

“Não foi nada fácil. Estou muito longe do primeiro tempo, vai ser prova a prova. Hoje havia vento muito forte, as dificuldades foram muitas. A pista estava mais lenta do que temos apanhado nos treinos”, referiu Norberto Mourão, após o fim da prova.