Lola não leva um cliente no seu tuk-tuk há mais de duas semanas. Encontramo-la estacionada em frente à estação ferroviária do Rossio, um ponto onde outrora era difícil circular devido à quantidade de turistas. Agora não há turistas. Fazer o caminho desde a Praça do Comércio até ao Rossio, atravessando a Rua Augusta, já não é complicado. Já não temos de nos desviar de pessoas que andam de um lado para o outro com uma agitação frenética em busca do presente de Natal perfeito. Uma das poucas coisas na capital que se mantêm iguais ao período homólogo do ano passado é o cheiro a castanhas assadas. De resto, a cidade parece outra.
Entre as 9h30 da manhã e o meio dia não vemos passar mais de dez tuk-tuks. É difícil não fazer uma comparação com o tempo em que reclamávamos por quase sermos atropelados pelos condutores entusiasmados que levavam turistas de um lado para o outro. Tempo esse que até parece distante – na realidade, de então para cá não decorreu nem um ano.
A febre dos tuk-tuks invadiu Portugal há pouco menos de uma década. A ideia veio da Tailândia, onde os riquexós se tornaram uma necessidade por serem veículos pequenos que facilmente conseguiriam fintar o congestionamento constante da grande metrópole de Banguecoque. Trazê-los para Lisboa fez sentido. A cidade das sete colinas e das ruas estreitas viu a sua popularidade a crescer do dia para a noite e novas formas de agradar aos visitantes começaram a surgir. Esta foi uma delas.
No entanto, o cenário está bastante diferente agora. Já fez um ano desde que foi noticiado o primeiro caso de coronavírus e entretanto foram muitos os negócios que enfrentaram dificuldades, especialmente no setor do turismo.
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