“Não podemos aceitar essa ideia de que as escolas não estão preparadas”, defende ministra da Presidência

“Não podemos aceitar essa ideia de que as escolas não estão preparadas”, defende ministra da Presidência


Ministra reconhece que “estamos pior do que há 15 dias”, mas que se “há sítio seguro é a escola”.


Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, garantiu, esta segunda-feira, numa entrevista à TVI, que as escolas portuguesas estão prontas para receber os alunos e defendeu que os estabelecimentos de ensino são dos locais mais seguros para as crianças e jovens nos tempos que vivemos.

"As escolas estão a trabalhar desde de julho para receber as crianças e os jovens”, começou por dizer a ministra, depois de Miguel Sousa Tavares, que conduziu a entrevista, confrontar a governante com o facto de a Fenprof ter referido que a maior parte das escolas não tinha as condições necessárias para o regresso do ensino presencial.

“Para muitas crianças do nosso país, o sítio mais espaçado, mais seguro e limpo é a escola. Não podemos aceitar essa ideia de que as escolas não estão preparadas", defendeu Mariana Vieira da Silva, destacando que as escolas receberam um "reforço significativo" de assistentes operacionais, professores, técnicos e psicólogos.

A ministra disse ainda que podemos "entrar num debate de que se tivéssemos mais podia ser melhor” mas lembrou que "o mundo não funciona assim".

"Portanto, aquilo que consideramos [Governo] é que estamos a fazer o esforço necessário e que estamos a estabelecer as regras necessárias para garantir a segurança de todos e esse trabalho foi feito em proximidade com as escolas e com as autoridades de saúde", disse.

A governante admitiu que estávamos numa fase mais “negativa” da pandemia, mas garantiu que, nesta altura, a passagem para o estado de contingência é suficiente para garantir a segurança dos portugueses.

"Sempre dissemos que tomaríamos todas as medidas necessárias e nunca mais que as necessárias porque vivemos na necessidade de ter um equilíbrio entre o controlo da pandemia e o deixar que a economia funcione. É nesse equilíbrio que temos estado a trabalhar", salientou.

Confrontada com o facto de, este domingo, o Santuário de Fátima ter fechado portas devido ao elevado número de peregrinos, Mariana Vieira da Silva lembrou que o Governo "não tem legitimidade para proibir eventos políticos ou religiosos", mas elogiou o respeito da Igreja Católica pelas normas de prevenção.

"Não se pode apontar à Igreja católica nada que não seja uma extrema colaboração em todas as cautelas necessárias, encerrando todas as atividades praticamente antes do tempo que tal foi estabelecido", considerou.

Questionada sobre a integração de António Costa na Comissão de Honra do candidato à presidência do Benfica, Luís Filipe Vieira, a ministra não quis comentar.

"O primeiro-ministro disse hoje que essa foi uma escolha que fez a título individual e não enquanto governante. Isso significa que não me cabe a mim comentar essa decisão enquanto ministra e, portanto, não o farei", rematou.