Chegou esta terça-feira a decisão oficial que decretou a suspensão do Académico de Viseu das competições profissionais por três épocas. A medida partiu do conselho de disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que decidiu sancionar o emblema por ter prestado falsas declarações sobre a inexistência de dívidas a jogadores em 2017/18.
Em causa, de acordo com o documento avançado pela comissão de instrutores da Liga (CI), estão os atrasos a três futebolistas – dois deles dizem ter concordado verbalmente com a situação, enquanto o terceiro garante ter recebido em numerário.
Além da suspensão, o clube terá ainda de pagar uma multa no valor de 4463 euros.
De notar que o emblema viseense também tinha sido alvo de um processo disciplinar por “prestação de falsas informações à Liga” a 28 de dezembro de 2018, devido ao incumprimento de alguns aspetos financeiros referentes à época 2018/19, em que terminou no 11.o lugar da segunda divisão. O clube tem agora dez dias para recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD). Se assim o fizer, o recurso tem efeitos suspensivos.
O Académico de Viseu está, de resto, entre os clubes licenciados pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) para a temporada 2019/20, havia informado o organismo em junho passado.
Aliás, a decisão só chegou, de resto, depois de ter ficado conhecido o calendário da prova para a próxima época, num sorteio realizado pela Liga na passada sexta-feira.
Pena mínima De notar que a sanção do clube acontece ao abrigo do novo regulamento disciplinar da LPFP, aprovado a 22 de junho passado em assembleia-geral da FPF. Isto significa que o Académico de Viseu foi castigado com a pena mínima, numa altura em que as infrações desta natureza diminuíram para metade (agora com um mínimo de três e um máximo de cinco épocas desportivas), enquanto a anterior moldura penal estipulava uma pena entre seis e dez épocas.
Arouca notificado e reação da liga O Arouca, o primeiro clube na lista das despromoções em 2018/19, após ter terminado a época no 16.o posto, já foi notificado da decisão e mostrou-se preparado para ocupar a vaga e, desta forma, saltar do Campeonato de Portugal para disputar novamente a ii Liga de futebol. “Já fomos notificados da decisão. Tivemos o cuidado de ter em atenção este processo e construir um plantel competitivo quer para competir no Campeonato de Portugal quer na ii Liga. A justiça atuou e nesta altura estamos preparados para ser integrados nas competições profissionais em 2019/20”, afirmou à Lusa o presidente da comissão de gestão do Arouca, Joel Pinho.
Por sua vez, o advogado do clube, Emanuel Calçada, diz que o Arouca vai “fazer uma comunicação à Liga sobre esta decisão”, aguardando “pelo despacho da parte do organismo de modo que esta integração decorra da melhor forma”.
Entretanto, já ao final da tarde, a Liga reagiu à exclusão do Académico, garantindo que, por enquanto, “nenhuma consequência desportiva se verificará”.
“Por agora, atendendo a que a decisão não transitou em julgado, nenhuma consequência desportiva se verificará no desenrolar da preparação da nova época desportiva. Atendendo à necessidade da manutenção da estabilidade das competições, apela-se à tranquilidade de todos os agentes desportivos”, pode ler-se num comunicado publicado pelo organismo.
Os primeiros jogos da época 2019/20 estão agendados para os próximos dias 27 e 28, com as eliminatórias da primeira fase da Taça da Liga, em que participam apenas os clubes das duas competições profissionais. Já a primeira jornada de 2019/20 do segundo escalão está agendada para o dia 11 de agosto.
Recorde-se que, na segunda-feira, o Vitória de Setúbal viu a sua inscrição na i Liga ser suspensa, após o conselho de justiça da FPF ter aceitado um recurso apresentado pelo Desportivo de Chaves. Com esta decisão, as inscrições de sadinos e flavienses na i Liga e na ii Liga, respetivamente, ficam suspensas até haver uma decisão definitiva.
De acordo com o jornal O Jogo, o Chaves diz que o processo de inscrição dos sadinos não estaria em conformidade, nomeadamente no que diz respeito aos pressupostos financeiros. O órgão federativo solicitou à comissão de auditoria da Liga de Clubes esclarecimentos e documentação adicional, que já terão sido entregues e, ao que tudo indica, não mostram nenhum incumprimento por parte do conjunto do Bonfim.
Ainda assim, espera-se em breve o ok final por parte do conselho de justiça antes dos primeiros jogos oficiais de 2019/20.
Caso a inscrição não venha a ser validada, o Chaves, antepenúltimo classificado da i Liga na época anterior, é o escolhido para ocupar a vaga.