Olivais. Corte de árvores por segurança indigna moradores

Olivais. Corte de árvores por segurança indigna moradores


Os moradores dos Olivais já divulgaram na internet o que aconteceu às duas árvores que estavam à frente da igreja – foram cortadas. Junta e paróquia garantem que o fizeram porque primeiro está a segurança


As duas árvores centenárias que estavam à frente da Igreja da Quinta de Santa Maria dos Olivais, em Lisboa, foram cortadas nos últimos dias, o que gerou muito descontentamento entre os que por ali passam. Um dos moradores da freguesia conta na sua página de Facebook que esta semana, quando regressou a casa ao final do dia, reparou que as árvores tinham desaparecido. 

A igreja e a junta de freguesia dizem que se trata de uma medida de segurança, uma vez que em março do ano passado, durante uma noite de temporal na capital, uma das árvores caiu. E adiantam que as duas que sobraram estavam doentes. 

Pela internet circula agora uma fotografia das árvores cortadas e a indignação dos moradores, que não percebem a razão pela qual aquelas duas árvores foram cortadas. Muitos manifestam mesmo a sua tristeza por não poderem continuar a aproveitar a sombra no verão.  

Contactado pelo i, o padre Bruno Machado, responsável pela paróquia, esclareceu que as árvores foram cortadas pela própria igreja, uma vez que se situavam em propriedade privada – são do domínio do Patriarcado de Lisboa. Bruno Machado disse ainda que as árvores já estavam podres e constituíam um risco para a população. Além disso, terá sido a Junta de Freguesia dos Olivais a mandar retirar as árvores, pelo que não coube à paróquia fazer uma avaliação do risco. A paróquia garante assim que, “em primeiro lugar” está a segurança da população.  

Do lado da Junta de Freguesia dos Olivais, Rute Lima, presidente, disse ao i que a notificação da igreja teve em conta a “legislação em vigor”.

 Segundo a sua versão, foi nesse sentido que foi formalmente contactado “o patriarcado para que este procedesse às intervenções necessárias nos elementos arbóreos”.

“Tenho visto isto por toda a parte por onde passo” Nas redes sociais são muitas as críticas às fotografias posteriores ao corte das árvores. “Tenho visto isto um pouco por toda a cidade por onde passo”, diz um internauta no grupo do Facebook “Plataforma em Defesa das Árvores”.

A degradação das árvores é um fator de perigo, sobretudo em caso de mau tempo. No entanto, e nos últimos anos muitas das árvores centenárias da cidade Lisboa têm vindo a desaparecer e há quem se questione sobre as reais razões do “abate desmedido”, como se lê na internet.

Recorde-se o que acontece naquela que é considerada “a estrada mais bonita de Portugal”: as árvores que percorrem o troço da estrada nacional 260-1 entre Marvão e Castelo de Vide estão condenadas a desaparecer nas próximas décadas. Dentro de vinte anos, as árvores terão de ser cortadas, admitem os especialistas. Uma das razões  prende-se exatamente com a segurança, já que mais de metade das árvores está doente e o risco de queda é cada vez maior.