Esta noite, a Grécia acrescentou mais um dia decisivo à história de uma crise que parece não ter fim. O parlamento de Atenas tem que votar um segundo pacote de medidas de austeridade, com destaque para duas medidas: a reformulação do Código Civil e a transposição da directiva europeia que prevê a resolução de bancos – como a que foi aplicada ao BES e que tem como objectivo passar para os credores e accionistas, ao invés de para os contribuintes, os custos de uma eventual falência.
Mas o calendário de todo o processo de negociação, definição e aprovação do terceiro resgate à Grécia promete fazer esquecer o facto de que Julho e Agosto por norma são meses da chamada ‘silly-season’.
Sexta-feira, 24 de Julho
Começam as negociações com as equipas técnicas da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), na Grécia, para o terceiro programa de assistência financeira.
Quinta-feira, 20 de Agosto
Esgota-se o prazo para pagamento de 3,4 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu, referente a Obrigações do Tesouro grego detidas pelo BCE. Esta é a data de que o governo helénico tem falado como sendo a limite para chegarem a acordo com os credores. A falta de liquidez está a provocar sérios danos à economia helénica
Sexta-feira, 11 de Setembro
Reunião do Eurogrupo. Aponta-se para os primeiros dias de Setembro a ratificação e assinatura do terceiro resgate à Grécia, mas é impossível prever datas exactas, para já. A reunião dos ministros das Finanças da zona euro pode trazer mais novidades sobre o assunto.
Correm rumores de que possa haver eleições legislativas antecipadas na Grécia, ou no final de Setembro ou no início de Outubro. Gonte oficial do governo grego já veio desmentir a informação, mas com a cizão a que se assiste no Syriza, parece cada vez mais provável que Alexis Tsipras vá a votos. No entanto, as sondagens têm dado maioria absoluta ao actual primeiro-ministro. Mesmo com austeridade.
Segunda-feira, 5 de Outubro
Reunião do Eurogrupo. Deverá começar a ser discutido o alívio da dívida grega. Não em capital, através da extensão das maturidades dos prazos e da redução das taxas de juro. A discussão implica, salientam os líderes europeus, que a Grécia cumpra todas as exigências que são feitas pelos credores no âmbito do resgate.
Sexta-feira, 17 de Outubro
Termina o prazo do empréstimo intercalar, ou ponte, que foi concedido à Grécia pelos 28 Estados-membros da União Europeia, no valor de 7,2 mil milhões de euros. Desse montante, mais de 6 mil milhões já foram gastos somente nos reembolsos a que Atenas estava obrigada, tanto ao FMI quanto ao BCE.
Três meses depois, em Dezembro, a Grécia enfrentará a primeira avaliação da troika de credores ao resgate.