Chile e Argentina não é das finais mais apetecíveis. É um jogo insonso, sem muita emoção e algumas (muitas) faltas. Mas não é assim que Di María se lesiona ainda na primeira parte. O 7 argentino corre desenfreadamente e cai sozinho. Depois é substituído por Lavezzi. Isso diminui a capacidade ofensiva dos argentinos, que falham o 1-0 em cima do minuto 90 num contra-ataque conduzido por Messi.
Segue-se o cruzamento largo de Banega e o encosto de Higuaín a acertar nas malhas laterais. Parece aquele lance da Holanda no último suspiro da final do Mundial-78, em Buenos Aires, com a Argentina. Na altura, a bola bate no poste. E a Argentina solta o grito de campeão no prolongamento.
Em Santiago, num estádio a transbordar de vermelho (e emoção), a "coisa" só se resolve nos penáltis. Messi marca o seu, Banega e Higuaín não (lá está, os suplentes, os actores de um filme de série B na tal jogada aos 90'). O Chile é cem por cento eficaz, a começar pelo ex-sportinguista Matías Fernández (que bojarda ao ângulo superior, chiça) e Alexis é quem assina o 4-1.
O seu Panenka é bem sucedido e engana Romero. Bola para um lado, guarda-redes para o outro. O Chile é campeão inédito, festa em casa (como em 2001, na Colômbia, e 1995, no Uruguai).
A Argentina, essa, perde a segunda final em menos de um ano. Depois do 1-0 de Gözte (Alemanha) no Mundial-2014, a derrota para o Chile nos penáltis. É duro mas não injusto: a Argentina parte como favorita e não dá sequência, sobretudo depois do 6-1 ao Paraguai nas meias-finais.
Espera-se mais, muito mais de uma equipa com Messi a capitão. O 10 argentino passa ao lado da final e é Claudio Bravo, seu companheiro de equipa no Barça, a figura. Defende o remate de Banega (o de Higuaín vai para a fila Z) e coroa um ano memorável com quatro títulos: campeão espanhol e vencedor da Taça do Rei, Liga dos Campeões e Copa América.
Neste momento, só há um argentino feliz da vida. É ele Jorge Sampaoli, seleccionador do Chile. Bom, para o ano há mais. Nos EUA, é a edição centenário. Sim, a Copa América arranca em 1916 (qualquer coisa como 14 anos antes do primeiro Mundial e 44 antes do primeiro Europeu).