O banqueiro que distribui o bolo do Estado


Sempre que anuncia mais dinheiro para este ou aquele setor, Costa fá-lo como se fosse pagar do seu próprio bolso! E são muitos os que acreditam que, se no próximo ano vamos pagar menos impostos (e não vamos, simplesmente a retenção vai ser feita de maneira diferente), à bondade e generosidade infinita do primeiro-ministro o…


É uma pena, mas a política parece resumir-se cada vez mais a números, a percentagens e à alocação de fundos. Por isso a aprovação anual do orçamento se tornou o momento mais decisivo da governação. Neste capítulo, António Costa consegue algo verdadeiramente notável, que é assumir o papel de banqueiro benemérito que procede à distribuição do grande bolo do Estado: X vai para os funcionários públicos, Y para as empresas, Z para as escolas… e por aí adiante. Sempre que anuncia mais dinheiro para este ou aquele setor, Costa fá-lo como se fosse pagar do seu próprio bolso! E são muitos os que acreditam que, se no próximo ano vamos pagar menos impostos (e não vamos, simplesmente a retenção vai ser feita de maneira diferente), à bondade e generosidade infinita do primeiro-ministro o devemos… Já noutro plano, a capacidade negocial de Costa tem-se revelado de facto extraordinária, conseguindo, ano após ano, satisfazer as exigências mais díspares. O facto de precisar de outras forças partidárias obriga-o a prodígios de contorcionismo que um político menos flexível jamais conseguiria. Infelizmente algumas das suas decisões supostamente amigas das pessoas tiveram consequências graves. 

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