A pandemia está a estragar milhares de litros de vinho e cerveja

A pandemia está a estragar milhares de litros de vinho e cerveja


Os produtores de cerveja e vinho, as bebidas alcoólicas mais populares em Portugal, aquém e além-fronteiras, estão a enfrentar uma crise sem precedentes. A quebra nas vendas cria dificuldades de armazenamento. E milhares de litros já se estragaram, depois de ultrapassados os prazos de validade.


 prazo de validade de milhares de litros de cerveja expirou nos últimos meses, antes de a bebida chegar ao consumidor final. A pandemia travou a venda e o consumo – nomeadamente no canal hotéis, restaurantes e cafés (designado por horeca) –, retendo a bebida nos armazéns, que acabou por se estragar. Esta realidade afeta na mesma medida os vinhos de consumo rápido, como os brancos. Perante a incerteza, os produtores temem não conseguir escoar todo o produto armazenado a tempo. E embora, neste caso, a validade esteja estimada entre um e dois anos, o cenário de retoma lenta começa a desenhar perdas de parte importante das últimas colheitas. 

Ao i, Francisco Gírio, secretário-geral da associação Cervejeiros de Portugal, confirma “o problema” que o setor está a enfrentar e que afeta principalmente os microcervejeiros – que, nos últimos anos, se multiplicaram pelo país. “As restrições criadas pela covid-19 fizeram com que um número considerável de barris de cerveja tenha ultrapassado o prazo de validade, estando a ser devolvidos diariamente aos distribuidores”, confirma.

O responsável considera “prematuro” fazer, nesta altura, um balanço do impacto da pandemia, mas sempre vai adiantando que as primeiras contas da associação apontam “para uma quebra significativa no setor”, nomeadamente a partir do segundo trimestre do ano – que coincide com o estado de emergência, entre março e maio. “O setor depende significativamente do canal horeca, que é responsável por cerca de 70% do consumo de cerveja, e em valor de negócio representa 75%. No que respeita às mais de cem microcervejeiras, localizadas de norte a sul do país, o impacto é ainda maior, pois mais de 95% do consumo de cerveja artesanal está centralizado nos hotéis, cafés e restaurantes, e também nas feiras e nos eventos que foram totalmente cancelados”, explica Francisco Gírio. 

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