Lisboa. A vida noturna está de regresso contra as normas. E não é só nas bombas

Lisboa. A vida noturna está de regresso contra as normas. E não é só nas bombas


Desde que os restaurantes e cafés retomaram atividade é comum ver grupos de mais de dez pessoas nas ruas. Do Bairro Alto ao Cais do Sodré, passando pela Amadora, são vários os locais onde regularmente há ajuntamentos.


Uma bomba de gasolina cheia de pessoas em Cascais e relatos de festas em que o álcool, o de beber, continua a ser dono e senhor. São muitas as infrações detetadas nos últimos dias às regras da DGS, mas a realidade na região de Lisboa não se fica por aí: A vida noturna voltou às ruas do Bairro Alto, do Cais do Sodré, da Bica e da Graça, com grupos de jovens a juntarem-se em torno de uma garrafa de cerveja ou de outra qualquer bebida.

Nas últimas semanas, o i encontrou às sextas e aos sábados grupos de jovens no Cais do Sodré a beber na rua, alguns aglomerados no Bairro Alto e ajuntamentos junto ao miradouro da Senhora do Monte, na Rua Damasceno Monteiro. O álcool é comprado em estabelecimentos que vendem para fora nas imediações e a situação está já a provocar algum mal-estar, numa altura em que ainda é proibido o funcionamento de bares noturnos e discotecas. Há também relatos de situações semelhantes em bombas na 2.ª Circular e na Charneca da Caparica.

A preocupação sobre a questão dos ajuntamentos foi também confirmada ao i pela Junta de Freguesia da Misericórdia – da qual fazem parte o Bairro Alto e a Bica, por exemplo.

“Temos recebido queixas e temos verificado com os nossos próprios olhos que existe uma camada mais jovem da população que está no espaço público com um comportamento idêntico ao que tinham antes da pandemia – sem distanciamento social, sem máscara”, explicou Carla Madeira, presidente da junta de freguesia. E acrescenta que, depois do dia 18 de maio – data de reabertura dos restaurantes e cafés –, “há uma série de pessoas que dentro dos estabelecimentos cumprem as regras, mas fora acabam por fazer tudo”.

“É um perigo imenso”, sublinhou Carla Madeira. O episódio mais crítico aconteceu há cerca de uma semana, quando a PSP foi forçada a intervir para dispersar as dezenas de pessoas que se encontravam na zona do elevador da Bica – a maioria a consumir álcool. “Procuramos sensibilizar, tanto as pessoas, como a nível dos estabelecimentos, mas torna-se muito difícil. Quando vou a pé da junta para casa fico muito irritada, porque a situação é preocupante”, admitiu a presidente desta junta de freguesia.

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