Romantizar a Política: A Arte perdida da paixão política


O cenário político está inundado de estratégias para manter ou ganhar posições, muitas vezes à custa dos verdadeiros ideais que deveriam orientar um líder.


Numa sociedade atual de ceticismo crescente, a política é frequentemente encarada como um mero jogo de poder, onde a paixão pelos ideais e a dedicação ao serviço público parecem peças de museu, mais do que realidades palpáveis. Contudo, num momento em que as questões políticas são decididas com base em caciques de votos e na escolha de seguidores inquestionáveis, torna-se imperativo questionar: e se voltássemos a romantizar a política?

O Idealismo Romântico na Política já existiu. É um facto.

Historicamente, a política era vista como uma vocação, um campo fértil para ideais nobres e uma paixão por vezes louca por transformações sociais. Pensemos em figuras históricas cuja paixão política transcendeu o próprio tempo, moldando futuros que eles próprios nunca viveriam. Esses líderes não só acreditavam na possibilidade de um mundo melhor como dedicavam suas vidas a esse fim.

Contrasta todo esse saudosismo doente com “isto” que é o panorama atual: a política parece ter-se reduzido a uma batalha por posições e poder, com pouco espaço para a paixão pelos verdadeiros objetivos da liderança. O cenário político está inundado de estratégias para manter ou ganhar posições, muitas vezes à custa dos verdadeiros ideais que deveriam orientar um líder. As campanhas tornaram-se exercícios de marketing, que faz falta, mas desprovidos de um compromisso com a verdade e a integridade. Este caminho da imagem combinar com a palavra dita parece, em muitos casos, uma moeda em desuso.

As Consequências disto tudo são uma perfeita desilusão coletiva.

Esta falta de idealismo não só corroeu a confiança nas instituições políticas como também afastou os cidadãos dos processos de decisão. A desilusão é palpável: baixa participação em eleições, desinteresse generalizado e um cinismo que permeia as conversas sobre o futuro coletivo. Quando os líderes falham em inspirar, toda a sociedade ressente-se.

Mas conseguiríamos reacender a chama do Idealismo Político?

Acredito que nem tudo está perdido. Podemos reacender a paixão na política. Iniciativas de educação política que não só informam, mas também inspiram, podem ser o início. Precisamos de líderes que, mais do que seguir a corrente, estejam dispostos a nadar contra ela quando necessário, defendendo ideais e não apenas interesses. Sem medos de enfrentar populismos com a dura verdade, ou saber estar em silêncio o tempo necessário para preparar com tempo as palavras verdadeiras. O efémero não resulta na política permanente, pode servir de fogacho jornalístico, mas de futuro não servirá de base.

Além disso, a promoção de uma maior transparência e a implementação de limites de mandatos poderiam revitalizar o cenário político, incentivando uma renovação constante de ideias e pessoas. E não menos importante, a tecnologia digital oferece novas plataformas para uma maior adesão e participação cívica, tornando a política um espaço mais aberto e acessível a todos.

Romantizar a política não é um retrocesso ou apenas um retorno de uma época idealizada que talvez nunca tenha existido na verdadeira plenitude. É, isso sim, um apelo do regresso consciente – e sem medos – à paixão, ao compromisso com os valores e à crença na capacidade de mudança. Ao orgulho nos grandes tribunos. À leitura atenta das boas ideias. À confiança nas propostas.

É tempo de relembrar que a política pode e deve ser uma força para o bem comum. Talvez assim, possamos todos contribuir para uma sociedade onde o ceticismo dê lugar à esperança renovada.

Romantizar a Política: A Arte perdida da paixão política


O cenário político está inundado de estratégias para manter ou ganhar posições, muitas vezes à custa dos verdadeiros ideais que deveriam orientar um líder.


Numa sociedade atual de ceticismo crescente, a política é frequentemente encarada como um mero jogo de poder, onde a paixão pelos ideais e a dedicação ao serviço público parecem peças de museu, mais do que realidades palpáveis. Contudo, num momento em que as questões políticas são decididas com base em caciques de votos e na escolha de seguidores inquestionáveis, torna-se imperativo questionar: e se voltássemos a romantizar a política?

O Idealismo Romântico na Política já existiu. É um facto.

Historicamente, a política era vista como uma vocação, um campo fértil para ideais nobres e uma paixão por vezes louca por transformações sociais. Pensemos em figuras históricas cuja paixão política transcendeu o próprio tempo, moldando futuros que eles próprios nunca viveriam. Esses líderes não só acreditavam na possibilidade de um mundo melhor como dedicavam suas vidas a esse fim.

Contrasta todo esse saudosismo doente com “isto” que é o panorama atual: a política parece ter-se reduzido a uma batalha por posições e poder, com pouco espaço para a paixão pelos verdadeiros objetivos da liderança. O cenário político está inundado de estratégias para manter ou ganhar posições, muitas vezes à custa dos verdadeiros ideais que deveriam orientar um líder. As campanhas tornaram-se exercícios de marketing, que faz falta, mas desprovidos de um compromisso com a verdade e a integridade. Este caminho da imagem combinar com a palavra dita parece, em muitos casos, uma moeda em desuso.

As Consequências disto tudo são uma perfeita desilusão coletiva.

Esta falta de idealismo não só corroeu a confiança nas instituições políticas como também afastou os cidadãos dos processos de decisão. A desilusão é palpável: baixa participação em eleições, desinteresse generalizado e um cinismo que permeia as conversas sobre o futuro coletivo. Quando os líderes falham em inspirar, toda a sociedade ressente-se.

Mas conseguiríamos reacender a chama do Idealismo Político?

Acredito que nem tudo está perdido. Podemos reacender a paixão na política. Iniciativas de educação política que não só informam, mas também inspiram, podem ser o início. Precisamos de líderes que, mais do que seguir a corrente, estejam dispostos a nadar contra ela quando necessário, defendendo ideais e não apenas interesses. Sem medos de enfrentar populismos com a dura verdade, ou saber estar em silêncio o tempo necessário para preparar com tempo as palavras verdadeiras. O efémero não resulta na política permanente, pode servir de fogacho jornalístico, mas de futuro não servirá de base.

Além disso, a promoção de uma maior transparência e a implementação de limites de mandatos poderiam revitalizar o cenário político, incentivando uma renovação constante de ideias e pessoas. E não menos importante, a tecnologia digital oferece novas plataformas para uma maior adesão e participação cívica, tornando a política um espaço mais aberto e acessível a todos.

Romantizar a política não é um retrocesso ou apenas um retorno de uma época idealizada que talvez nunca tenha existido na verdadeira plenitude. É, isso sim, um apelo do regresso consciente – e sem medos – à paixão, ao compromisso com os valores e à crença na capacidade de mudança. Ao orgulho nos grandes tribunos. À leitura atenta das boas ideias. À confiança nas propostas.

É tempo de relembrar que a política pode e deve ser uma força para o bem comum. Talvez assim, possamos todos contribuir para uma sociedade onde o ceticismo dê lugar à esperança renovada.