O galo, o Zé Povinho  e o caldo verde. Breve história de 60 ícones bem portugueses

O galo, o Zé Povinho e o caldo verde. Breve história de 60 ícones bem portugueses


Em Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas viajamos pela história de peças maiores da identidade coletiva. Sabia que o Zé Povinho nasceu numa véspera de Santo António e já a pagar “impostos”? E quantas pessoas nos deixou Pessoa?


Pastel de nata

A história remonta ao séc. XIX quando monges do Mosteiro dos Jerónimos começam a vender pastéis de Belém a fim de angariar dinheiro. Com a Revolução Liberal, os conventos e mosteiros foram encerrados e em 1837 nasce a Fábrica de Pastéis de Belém. Até aos dias de hoje, a receita original continua a ser um segredo bem guardado. Esta iguaria bem portuguesa pode ser encontrada nos cafés e pastelarias de norte a sul do país e em cinco mil lojas espalhadas pelo mundo.

 

Elétricos

São considerados um ex libris da cidade de Lisboa e a cor amarela é a sua característica mais visível, mas foi no Porto que se estrearam. Os elétricos chegam a Portugal em 1895, mas atualmente só as cidades de Lisboa, Porto e Sintra é que ainda dão uso aos velhinhos elétricos. Ainda é um meio de transporte muito utilizado, principalmente o famoso elétrico 28, que é uma das principais atrações turísticas da capital. Circula desde 1914.

Galo de Barcelos

Os habitantes da vila de Barcelos decidiram acusar um galego que fazia a peregrinação a Santiago de Compostela de um crime cometido na terra. Enquanto jurava a sua inocência, apontou para um galo assado. “É tão certo eu estar inocente como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”, terá dito. Quando estava a ser enforcado, reza a lenda que o galo se levantou da mesa e cantou, salvando a tempo o homem inocente. Os registos mais antigos da história datam de 1877. O galo começou a ser representado em olaria no séc. XIX e tornar-se-ia um símbolo da hospitalidade portuguesa no Estado Novo. Em 1935 fez a primeira incursão internacional, representando o país na Exposição de Arte Popular Portuguesa em Genebra.

 

Torre de Belém

Património Mundial da UNESCO e uma das sete maravilhas portuguesas, é um monumento que faz jus ao estilo manuelino. Decorada com as cruzes da Ordem de Cristo e com o brasão de armas de Portugal, a Torre de Belém foi construída entre 1514 e 1520 com a função de defesa da barra do Tejo. Hoje em dia é considerada uma joia do património cultural português.

Cadeira Gonçalo

É uma das cadeiras mais conhecidas no mundo e a origem é portuguesa. Está espalhada por esplanadas dos cinco continentes e foi criada nos anos 20, em Algés, pelo mestre serralheiro Gonçalo dos Santos. O Café Nicola e a Brasileira foram dos primeiros clientes. Além do conforto, o design teve em conta a ideia de que era preciso serem fáceis de arrumar: basta empilharem-se umas em cima das outras. A famosa Cadeira Gonçalo irá completar 100 anos de sucessos pelo mundo em 2020.

 

Cristo Rei

Inspirado no Cristo Redentor existente no Rio de Janeiro, o Cristo Rei foi inaugurado a 17 de maio de 1959. A construção demorou dez anos: foram utilizadas 40 mil toneladas de betão e teve um custo total de 100 mil euros. A estátua do Santíssimo Redentor de “braços abertos para Lisboa” tem cerca de 110 metros de altura. Localizado no concelho de Almada, este é considerado o melhor miradouro com vista para a capital.

 

Bacalhau

Cozinhado de todas a maneiras e feitios, o bacalhau é talvez a iguaria mais popular da gastronomia portuguesa. Os portugueses começaram a pescar bacalhau no séc. XIV e descobriram as águas da Terra Nova no séc. XV. Seco, salgado e, por fim, fresco, convenceu o país. “Os meus romances, no fundo, são franceses, como eu sou em quase tudo um francês – exceto num certo fundo sincero de tristeza lírica que é uma característica portuguesa, num gosto depravado pelo fadinho e no justo amor do bacalhau de cebolada”, escreveu Eça de Queiroz.

Sardinha

O pequeno peixe capturado ao largo da costa portuguesa faz parte da dieta portuguesa há vários séculos, sobretudo nos meios mais pobres. Terá começado a ser aproveitado para salga pelos fenícios que habitaram a península Ibérica. No grelhador, apenas com sal grosso, é a receita para uma boa sardinha assada. No pão ou no prato, a acompanhar com pimentos, ela é presença assídua na festa de Santo António de Lisboa e no São João do Porto.

 

leitão assado

A receita mais antiga de leitão assado remonta a 1743 e é descrita no manuscrito conventual Caderno do Refeitório, publicado em 1900. É atribuída às religiosas do Mosteiro de Santa Maria do Lorvão. Típico da zona da Bairrada, é um dos pratos regionais que mais fama têm no país.

 

Caldo Verde

Um prato de sopa entra em quase todas as refeições e menus de restaurantes em Portugal. Desde o creme de legumes à canja, existe uma grande variedade de sopas para todos os gostos. O caldo verde, com couve galega, começa por ser uma tradição nortenha, mas conquistou todo o território. Não podia faltar na cantiga Uma Casa Portuguesa, celebrizada por Amália, com música de Artur Fonseca e letra de Reinaldo Ferreira e Vasco Matos Sequeira. “No conforto pobrezinho do meu lar/ Há fartura de carinho/ A cortina da janela e o luar/ Mais o sol que bate nela/ Basta pouco, poucochinho pra alegrar/ Uma existência singela/ É só amor, pão e vinho/ E um caldo verde, verdinho/ A fumegar na tigela.

 

Alheira de Mirandela

A alheira de Mirandela é um enchido que normalmente é produzido de forma artesanal na região de Trás-os-Montes. A preparação da alheira remonta ao séc. XV.

Os socalcos do Douro

A paisagem do Douro, marcada pela exploração vitícola, é das mais emblemáticas do país. Apesar de haver registos de uva na região há 4 mil anos, Dulce Freire, historiadora do Instituto de Ciências Sociais, escreve no artigo “Quem construiu os socalcos do Douro?” que a construção destas estruturas que organizaram as encostas terá começado no séc. XVII ou talvez mais cedo e contou com o trabalho braçal de famílias locais, incluindo de crianças. Os patamares horizontais desenvolveram- -se sobretudo a partir dos anos 70.

 

Amêijoas à Bulhão Pato

Devido à larga zona costeira do país, o marisco é muito apreciado pelas nossas gentes e por quem vem de fora. A amêijoa à Bulhão Pato é um dos pratos de mar icónicos do país e deve o nome ao poeta e gastrónomo Raimundo António de Bulhão Pato (1828-1921), mas tem sido questionado que a receita seja um legado seu. Tem sido antes atribuída ao chefe João da Matta, nome maior da cozinha lisboeta no séc. XIX e cozinheiro do Hotel Bragança, que terá juntado amêijoa, cebola, alho, coentros e vinho branco em homenagem ao escritor.

 

Francesinha

Prato emblemático da cidade do Porto, nasceu nos anos 50 e desde aí tornou-se famoso em Portugal. A base da francesinha é o pão com diversas carnes coberto por queijo e um molho cuja receita varia de restaurante para restaurante. Para quem visita o Porto, é obrigatório provar. E porque se chama “francesinha”? A autoria do prato é atribuída a Daniel David Silva, dono da cervejaria A Regaleira, que tinha trabalhado em França. Diz a história que queria replicar o famoso croque-monsieur. O nome terá sido sugerido por Júlio Couto, técnico de contabilidade no Porto, depois de provar o prato. “Naquele momento baixou a minha maldade toda e comecei a pensar: isto era uma coisa picante, muito agradável… Porque não chamar-lhe francesinha?”, contou numa entrevista em 2008.

 

Cozido à portuguesa

Sem dúvida, o prato mais tradicional português. Dependendo da região, o cozido pode ser confecionado de diferentes maneiras, mas este é o prato com mais ingredientes tradicionais portugueses. É cozinhado em ocasiões especiais ou no almoço tradicional de domingo.

 

Tripas à moda do Porto

Outro prato tradicional do Porto. A sua origem remonta ao período dos Descobrimentos. É confecionado com vários tipos de carne, tripas e enchidos e servido com feijão branco. Com a iguaria nasceu a alcunha de “tripeiros”, associada aos habitantes da Invicta.

 

Queijo da Serra

Com denominação de origem controlada, este queijo português feito com leite de ovelha é uma das iguarias mais antigas do nosso país. Produzido na região da serra da Estrela, já esteve certamente na mesa de qualquer português e inclusive em muitas mesas reais.

sopa da pedra

A par do caldo verde, a sopa da pedra é um sabor típico português. Reza a lenda que um frade fez a primeira sopa a partir de uma pedra misturada com vários ingredientes bem portugueses. Situada no Ribatejo, a cidade de Almeirim é considerada a capital da sopa da pedra.

Ovos-moles

A sua origem remonta ao séc. XVI quando, no Convento de Jesus de Aveiro, terá sido confecionado pela primeira vez. Um doce bem típico da cidade de Aveiro com um princípio simples: hóstia recheada com doce de ovos. A iguaria é apresentada em formas alusivas ao mar.

Caracóis

Costuma dizer-se que não há sol sem caracol. Com a chegada do verão chegam também os petiscos e os caracóis à portuguesa são, para muitos, indispensáveis numa tarde de sol. Seja numa esplanada à beira-mar ou no interior do país, os caracóis fazem parte do verão de um português. Terão sido os romanos o primeiro povo a começar a comer caracóis na península Ibérica.

Vinho do Porto

Produzido exclusivamente através de uvas da Região Demarcada do Douro, o processo de fabrico é baseado na tradição das encostas vinhateiras. Em O Prazer do Vinho do Porto, João Paulo Martins lembra a história: a produção vitícola no Douro começa a crescer a partir do séc. XVIII, desde logo para exportação. A carência de vinho em Inglaterra gerou um boom e motivou a assinatura do tratado de Methuen entre os dois países: os vinhos portugueses passam a pagar menos taxas, dando Portugal primazia aos têxteis ingleses. Ainda assim, a primeira designação “Vinho do Porto” surge em 1675, escreve o autor, quando o diplomata Duarte Ribeiro de Macedo se referiu dessa forma a exportações para a Holanda.

Vinho da Madeira

Com mais de 500 anos de história, começou a ser produzido após a chegada dos primeiros colonizadores à ilha da Madeira. Este é um produto nacional que conta com muita história além- -fronteiras: inclusive foi usado no famoso brinde à independência dos EUA, em 1776.

Moscatel

Produzidos com castas de uvas moscatel, estes vinhos e espumantes apresentam sempre características adocicadas. As duas regiões do país mais famosas pelo vinho moscatel são a região Douro e a península de Setúbal.

Favaios

Escondida algures no Douro, a aldeia de Favaios é local de produção de um dos vinhos moscatel com mais reputação no país. O Favaíto é engarrafado em garrafas individuais e é tradicionalmente ingerido antes e depois das refeições.

Nossa Senhora de Fátima

Os relatos das aparições aos pastorinhos de Fátima em 1917 marcam a fé dos portugueses. Nossa Senhora do Rosário passou a ser representada como Nossa Senhora de Fátima. Em 2017, os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto foram declarados santos, numa cerimónia de canonização presidida pelo Papa Francisco. São os mais jovens santos não mártires da história da Igreja Católica.

Cortiça

Portugal é responsável por mais de 50% da produção mundial de cortiça, riqueza que se deve essencialmente ao facto de o país possuir centenas de milhares de hectares de sobreiros. A cortiça é principalmente utilizada nas rolhas das garrafas, em vestuário, acessórios de moda ou em mobiliário até. A indústria das rolhas começou a desenvolver-se em Portugal no séc. XIX.

Filigrana

Feita com fios muito finos, principalmente de ouro ou prata, a filigrana é um dos mais belos tipos de artesanato do nosso país. Utilizada desde a Antiguidade romana, está presente nos tradicionais trajes folclóricos do Minho. Os famosos corações de Viana de Castelo são exemplo disso.

Calçada portuguesa

De traço simples branco e preto, ou em formas desenhadas no chão, a calçada portuguesa é uma das atrações nacionais. Esta técnica de pavimentação dá asas à imaginação dos calceteiros, que trabalham o calcário de forma linear e em padrões. As primeiras ruas pavimentadas surgiram por édito de D. João II e D. Manuel, mas a paternidade da calçada portuguesa é atribuída ao governador de armas do Castelo de S. Jorge, o tenente–general Eusébio Furtado, que teve a ideia de usar pedras irregulares. Na altura, o Castelo de São Jorge era usado como prisão e os reclusos foram mobilizados para a pavimentação.

Engraxadores

Em tempos havia um engraxador em cada canto mas, ao longo do tempo, a profissão que se tornou parte da memória coletiva também em Portugal tem caído em desuso. Antes, ter os sapatos engraxados representava luxo mas, hoje em dia, as pessoas deixaram de recorrer a profissionais desta “arte” e cada vez é mais difícil encontrar um engraxador nas ruas.

 

Guitarra portuguesa

Existem três tipos de guitarra portuguesa: a de Lisboa, a do Porto e a de Coimbra, todas elas com diferentes maneiras de produção. Este instrumento está inevitavelmente ligado à história do fado português. O som produzido pelas suas cordas é inconfundível em qualquer parte do mundo.

Cavalo Lusitano

É o cavalo de sela mais antigo do mundo e tem origem portuguesa. O cavalo puro- -sangue lusitano é conhecido por ser um animal exímio na arte equestre um pouco por todo o mundo.

Azulejo Português

São várias as superfícies de interior e exterior que utilizam o azulejo com figuras desenhadas em azul como decoração. Herança árabe, o registo criativo e artístico do azulejo português tornou-o um caso especial. A produção de azulejo no país inicia-se no séc. XVI e, no séc. XIX, passa a ser utilizado nas fachadas.

Zé Povinho

Criada por Rafael Bordallo Pinheiro, o Zé Povinho é a representação mais famosa do povo português. A caricatura foi publicada pela primeira vez no seu jornal humorístico Lanterna Mágica a 12 de junho de 1875, véspera de Santo António. O retrato permanece atual: mostra o então ministro da Fazenda a cobrar três tostões “p’rá obra” do Santo António, que é encarnado por Fontes Pereira de Melo, presidente do conselho de ministros. O Zé Povinho protestaria, inutilmente, contra impostos, injustiças e corrupção, tornando-se icónico o seu manguito. É uma das muitas imagens criadas pelo caricaturista e ceramista português, que nasceu em 1846 e deu vida à cerâmica das Caldas da Rainha.

Fado

Acompanhado pela guitarra portuguesa, o fado é um símbolo da música nacional e em 2011 foi elevado à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Cantado nas tabernas e nos bairros populares de Lisboa, Coimbra e além-fronteiras, o fado é considerado parte da alma portuguesa.

Sete saias da Nazaré

Há quem diga que representam as sete virtudes, os sete dias da semana ou até as sete cores do arco-íris, mas a verdade é que as sete saias usadas pelas mulheres da Nazaré estão ligadas ao mar. As saias fazem parte da tradição nazarena, que é transmitida de geração em geração.

Touradas

A história da tauromaquia em Portugal perde-se nos tempos, mas há registos desde o séc. XIII. A tourada nem sempre tem sido tema consensual na sociedade portuguesa. O espetáculo chegou a ser proibido em 1836 por D. Maria II, mas apenas por nove meses.

 

Calçado

O país tem uma enorme indústria de calçado de alta qualidade e exporta cerca de 71 milhões de pares de sapatos por ano. O epicentro deste setor fica no norte do país, em cidades como Santa Maria da Feira e Felgueiras. Os sapatos nacionais são inúmeras vezes reconhecidos no estrangeiro.

Conservas

Associada à história do pescado, a indústria conserveira portuguesa tem vindo a ser revitalizada. Portugal enviou sardinhas em azeite para a Exposição de Paris em 1855 e a indústria desenvolveu-se nas décadas seguintes. O país chegou a ter mais de 150 fábricas de conservas. Em 2010 havia cerca de 20 fábricas, com cerca de 60% da produção destinada à exportação.

 

Padeira de Aljubarrota

Brites de Almeida, é este o nome da figura que com a sua pá de padeira matou sete castelhanos durante a Batalha de Aljubarrota (1385). Graças ao seu ato heroico, foi eternizada como a “Valente Padeira de Aljubarrota” e é das personagens históricas mais presentes no imaginário dos portugueses.

Vasco da Gama

Talvez o maior navegador e explorador português, Vasco da Gama destacou-se na era dos Descobrimentos. Impulsionado pelo Infante D. Henrique. o navegador português partiu numa caravela e rumou à Índia. Foi a viagem oceânica mais longa da época e foi Vasco da Gama que eternizou a descoberta do caminho marítimo para a Índia.

D. Afonso Henriques

D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal. Primeiro defronta a mãe; depois, com a vitória na Batalha de Ourique frente aos mouros, em 1139, afirma-se como rei de Portugal. O título e a independência do país seriam reconhecidos a 5 de outubro de 1143, com o Tratado de Zamora.

Eusébio

Rumando a uma história mais recente, Eusébio da Silva Ferreira é considerado mundialmente como um dos melhores futebolistas de sempre. Natural de Moçambique, Eusébio representou a seleção nacional de futebol ao mais alto nível. Continua a ser uma das figuras nacionais mais acarinhadas pelos portugueses.

Amália Rodrigues

A aclamada Voz de Portugal foi uma das artistas mais brilhantes e amadas pelo público. Levou o fado ao mundo e tornou-se embaixadora do país. Cantou pela primeira vez em público na escola, mas foi em 1935, com 15 anos, que se estreou como solista, cantando a marcha do bairro de Alcântara nos Santos Populares.

Fernando Pessoa

Foi um dos principais poetas nacionais e figura importante do modernismo. Seja com assinatura própria ou através dos seus heterónimos, deixou uma vasta obra. O número de pessoas que cabiam no génio do lisboeta nascido a 13 de junho de 1888 não é um tema fechado. Teresa Rita Lopes, destacada pessoana, identificou 72 nomes, entre personalidades literárias, heterónimos e semi- -heterónimos.

Cristiano Ronaldo

Para além de conquistas em todas as equipas por que passou, o capitão da seleção nacional já foi considerado o melhor jogador do mundo de futebol por cinco vezes. Ronaldo conduziu a seleção das quinas à conquista do Europeu de 2016 e já ganhou títulos nos quatros países por onde passou. Nasceu no Funchal a 5 de fevereiro de 1985 e começou a jogar com oito anos no Clube de Futebol Andorinha. A rapidez valeu-lhe a alcunha de “abelhinha”.

Luís Vaz de Camões

Eternizou os feitos marítimos portugueses na obra “Os Lusíadas”, de 1572. O poeta é considerado o representante máximo do classicismo português. A pala no seu olho direito, que perdeu numa batalha em Ceuta, faz parte da sua imagem. Morreu a 10 de junho de 1580, data evocada com um feriado municipal em Lisboa na I República, em 1911, ainda antes de se tornar oficialmente o Dia de Portugal.

Eça de Queiroz

Autor de vários romances como O Crime do Padre Amaro ou Os Maias, foi o único romancista português com fama internacional no séc. XIX. Nascido na Póvoa de Varzim, Eça de Queiroz é, para muitos, o melhor romancista realista português. O humor e crítica social mordaz são as suas imagens de marca.

Torre dos Clérigos

Considerada Monumento Nacional desde 1910, a Torre dos Clérigos é uma das principais atrações turísticas do Porto. Com mais de 75 metros de altura, é possível subir ao topo, com vista privilegiada sobre a Cidade Invicta. A igreja começou a ser construída em 1732.

Bom Jesus de Braga

O santuário católico tem uma escadaria com cerca de 116 metros de desnível que recebe muitos turistas e serviu de inspiração a outros santuários. O culto no local terá começado no séc. XIV, mas foi em 1629 que surgiu a confraria do Bom Jesus do Monte.

Castelo de Guimarães

Não pode deixar de ser associado à fundação do Condado Portucalense e às lutas pela independência de Portugal. Localizado na Cidade Berço, onde nasceu D. Afonso Henriques, foi considerado uma das sete maravilhas de Portugal em 2007.

Ponte 25 de Abril

Liga Lisboa a Almada e foi inaugurada em 1966, sendo das principais obras do Estado Novo. Apesar de o nome ser Ponte Sobre o Tejo, era chamada Ponte Salazar e foi rebatizada depois de Abril. A ideia de ligar as duas margens tinha surgido 80 anos antes e o projeto inspirou-se na Golden Gate, nos EUA.

 

Mosteiro dos Jerónimos

Classificado pela UNESCO como Património Cultural de toda a Humanidade, é o expoente da arquitetura manuelina. Está ligado aos Descobrimentos: foi mandado erigir por D. Manuel I, em memória do Infante D. Henrique. Começou a ser construído em 1501 e a obra demorou quase um século. Deve o nome à Ordem de São Jerónimo, que o ocupou até 1833. Uma das vocações dos monges era a assistência espiritual aos navegadores.

Moliceiros

Originalmente utilizados para a apanha do moliço, planta usada na fertilização dos terrenos agrícolas, hoje são o cartão-de-visita da cidade de Aveiro e ajudam a compor o postal da Veneza Portuguesa.

 

Bica

“Beba Isto Com Açúcar”. Foi o acrónimo desta frase que deu origem à expressão usada sobretudo em Lisboa para pedir um café. Diz-se que surgiu no café A Brasileira: ao aperceberem-se de que as pessoas não gostavam de café simples, colocaram um cartaz na rua que dizia: “Beba Isto Com Açúcar”. No Porto, a tradição é dizer cimbalino, uma alusão à máquina La Cimbali. Já se o genuíno é curto, cheio, em chávena fria ou a escaldar, fica ao gosto do freguês.

 

farinha amparo

Tornou-se parte das expressões populares: quem não conhece alguém a quem a carta tenha “saído” na Farinha Amparo? Não consta que fossem tão longe, mas a marca foi registada em 1943 e os seus brindes eram uma atração. Bonecos e dominós eram alguns dos brinquedos que faziam as delícias das crianças.

Saudade

A palavra, que vem do latim “solitatem” (solidão), é das mais usadas na poesia e música portuguesa. Prova de que é bem portuguesa é a dificuldade dos nativos de outras línguas para traduzi-la ou até mesmo atribuir-lhe um significado.

Cruz de Cristo

Presente em vários monumentos e nas naus dos Descobrimentos, é o símbolo da Ordem de Cristo, que em Portugal sucedeu aos Templários, que o Papa Clemente V mandou extinguir no séc. XIV.

 

Heróis do Mar

“Heróis do mar, nobre povo”… A Portuguesa tem letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil. A canção surge como manifesto patriótico contra o ultimato britânico de 1890, a que o Governo monárquico cedeu, deixando cair o mapa cor-de-rosa com que pretendia soberania sobre os territórios entre Angola e Moçambique. O símbolo da contestação seria consagrado hino nacional a 19 de junho de 1911, após a instauração da República.

Azeite

O cultivo da oliveira ganha expressão nos sécs. XV e XVI. Em O Olival em Portugal, o investigador Pedro Reis relata que, apesar da tradição, até finais do séc. XIX, o azeite nacional era de uma qualidade deplorável. A valorização do produto chega em 1850, pela mão do escritor Alexandre Herculano, que se dedica à agricultura. O Azeite Herculano vence prémios lá fora. Em 1919, Victor Guedes regista o Azeite Gallo, referência nacional e uma das maiores marcas a nível mundial.

EGAS Moniz

Foi o primeiro Nobel português. Pai da controversa leucotomia pré-frontal para tratar doentes com psicoses, Egas Moniz recebe o galardão da medicina em 1949. As operações arrancam em 1935 no Hospital de Santa Marta, com doentes do Miguel Bombarda. Seria preciso quase meio século para um português repetir a proeza: José Saramago foi laureado com o Nobel da Literatura em 1998, “pelas suas parábolas sustentadas pela imaginação, compaixão e ironia”.