Governo finge negociação com professores

Governo finge negociação com professores


Os professores prometem não deixar cair o assunto


O Ministério da Educação convocou os professores à última hora para uma reunião de negociação sobre o tempo de serviço congelado, que acabou e terminou em 2h30.

Na semana passada, o parlamento aprovou o OE/2019 onde consta uma norma que obriga o governo a regressar à mesa das negociações com a plataforma de dez sindicatos para discutir a forma e o prazo da contabilização de todo o tempo de serviço que os professores viram congelado: nove anos, quatro meses e dois dias.

Por isso, o Ministério da Educação convocou os professores para uma reunião mas voltou a frisar que a proposta do governo se mantém nos dois anos, dez meses e 18 dias, sem abertura para alterações à versão que, aliás, consta de um decreto-lei já aprovado em Conselho de Ministros e que hoje vai ser reapreciado pelo Executivo.

Com a recusa dos sindicatos em aceitar que sejam considerados apenas 30% do total de tempo de serviço congelado, o governo “deu como encerrada a negociação” e explicou “que estava cumprida” a obrigação imposta pelo parlamento para as negociações, explicou ao i a presidente do Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE), Júlia Azevedo. Ou seja, na realidade não houve qualquer negociação e o tom da reunião – onde estiveram presentes da parte do Executivo a secretária de Estado Adjunta, Alexandra Leitão, e a secretária de Estado da Administração Pública, Maria da Fátima Fonseca – foi duro havendo troca de acusações com os docentes a acusar o governo de desrespeitar o parlamento.

Os professores prometem não deixar cair o assunto. Vão agendar mais protestos, pedir para serem recebidos novamente no parlamento e apelam ao Presidente da República que vete o decreto-lei governo que reconhece apenas dois anos, dez meses e 18 dias, do tempo de serviço congelado e que hoje deverá ser aprovado em Conselho de Ministros. A.P.