1. Muitos duvidaram das possibilidades reais de vitória de Donald Trump, primeiro, e da capacidade de Donald J. Trump exercer as funções presidenciais, depois. Há um ano o tema mais candente nos órgãos de comunicação social internacionais era a inquietação democrática que uma nova administração liderada pelo bilionário nova-iorquino poderia gerar. Falava-se mesmo que a Donald Trump só faltava o bigode – acusação que só denegria o próprio que a formulava, reforçando o estatuto de “outsider” de Donald (e, por conseguinte, a esperança no êxito político do novo líder do mundo livre). É que, como temos denunciado no “SOL” e no “i”, a narrativa da esquerda (por estes dias, falar em esquerda radical é já uma redundância) assenta sempre na depreciação subjetiva do adversário, imputando-lhe epítetos como “nazi”, “maluco”, “desequilibrado mental” e “racista”.
2. A explicação para esta atitude antidemocrática da esquerda é linear: a esquerda formou-se em quadros filosófico-ideológicos totalitários, dos quais não se conseguiu libertar, sempre numa lógica de “amigo-inimigo”; a indigência do seu discurso e argumentação não lhes permite ter um debate sério, honesto, estritamente racional, sob pena de derrota permanente; gozam com a cumplicidade do poder mediático e de outros poderes fácticos que vão permitindo a consolidação da sua hegemonia decisória nas sociedades contemporâneas. Com esta estratégia oportunista, condicionando tudo e todos e descartando convicções em prol de conveniências (incluindo os valores pelos quais deveria propugnar), a esquerda tem contribuído enormemente para a corrosão da democracia: este regime político passa a ser nada mais que a “lei do mais forte”. Força, essa, identificada com o “cinismo político”, com a blindagem do discurso político no tom e na “narrativa” que mais favorece a esquerda (radical, porque hoje não há outra).
3. Evidentemente que o primeiro ano de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos da América provou que Hitler não foi para Washington (meu Deus, nem acreditamos que jornais “sérios” tenham dado seguimento a esta acusação!): os Estados Unidos continuam a ser um farol de liberdade e de liderança à escala global. E tal é uma excelente notícia para todo o mundo livre: significa que a nossa civilização ainda não faliu, nem entrou em colapso irremissível. Um mundo sem a liderança, aspiracional e efetiva, dos Estados Unidos seria um mundo bem diferente – para pior.
4. Depois de temermos um cenário catastrófico decorrente das opções erróneas da administração Obama (não obstante a sua simpatia e qualidades do ponto de vista da sua personalidade), eis que o Presidente Donald Trump representou um sinal de esperança. Em matéria de prioridades económicas, de política externa, de opções financeiras, de segurança e do papel do Estado na sociedade, era possível fazer diferente. Era possível derrotar o politicamente correto. Foi possível derrotar o politicamente correto. É possível derrotar o politicamente correto, a maior (e mais letal) ameaça à democracia.
5. Que balanço fazer do primeira ano do Presidente Donald Trump? Claramente positivo. A primeira fase (Janeiro – Agosto) foi marcada por certa adaptação aos mecanismos próprios da democracia constitucional norte-americana: a negociação permanente com os líderes das Câmaras do Congresso; a descoberta do tom acertado para o diálogo com a elite do seu partido e o “establishment” que persiste em não entender o fenómeno Trump em toda a sua dimensão; a definição da sua equipa e a repartição de funções no seu “gabinete”. Foi um processo complexo, feito de avanços e recuos, erros e soluções, o que deixou transparecer em certos momentos uma imagem de caos e instabilidade. Este processo, todavia, foi, a um tempo, bem mais célere e produtivo do que se julga.
5.1. Foi bem mais célere, porquanto Donald Trump ajustou-se ao seu novo “fato” num período deveras breve, atendendo a que Trump nunca havia exercido funções políticas, provindo de um mundo como uma lógica totalmente diversa como é o empresarial. Mesmo os seus mais críticos devem reconhecer – com honestidade e boa fé – o mérito de Donald Trump em se tornar em tempo recorde “very presidential”. E, ao mesmo tempo, ter tido a inteligência e o bom senso de se rodear de colaboradores politicamente talentosos e com provas de competência dadas nas respetivas áreas, como são os casos do General John Kelly, o General James “Mad Dog” Mattis ou Steve Mnuchin e Stephen Miller.
5.2. Foi bem mais estável, porque, mesmo no “período experimental” do Presidente Donald Trump, a nova administração norte-americana voltou a pôr a América a mexer-se: discutiu-se sem freios e agiu-se em conformidade perante a ameaça colocada pelo “terrorismo islâmico radical”, revogaram-se medidas ridículas da Administração Obama como a comida nas cantinas escolares ou a livre escolha de casas de banho públicas, discutiu-se a reformulação da “Obamacare”, tornando-a mais sustentável (independentemente das soluções escolhidas, a discussão teria que ser feita, sob pena de colapso iminente do sistema), definiu-se uma nova estratégia para o Afeganistão, para a Síria e para o problema escondido para “baixo do tapete” por administrações anteriores chamado Coreia do Norte. Por oportunismo ou conveniência política, o mundo deixou Kim-Jung Un à solta demasiado tempo: era tempo de, finalmente, enfrentar, travando, o “Rocket Man”. E foi o Presidente Trump que o fez.
6. Tudo isto em menos de um ano como líder do mundo livre. Ao mesmo tempo, a nova administração americana reafirmou a sua presença na NATO e na ONU, assumindo, no entanto, que o imperativo de renovação destas organizações internacionais dependerá do cumprimento das obrigações de todos os seus membros. O que parece uma reivindicação básica, elementar, que todos os Presidentes americanos anteriores haviam salientado – mas que nenhum ousara verbalizar ou dela retirar todos os corolários de ação política. Dito isto, o desafios para o próximo ano serão muitíssimos e exigirão do Presidente Donald Trump a mesma determinação na decisão e a mesma coragem para enfrentar a elite do politicamente correto que se impôs à escala global.
7. Lá, como cá, os sacerdotes do politicamente correto pautam-se pelo moralismo para os outros – e a ganância de poder para si. Os sacrifícios ficam para os outros – os benefícios para si. Não deixa de ser irónico que sejam os mesmos que utilizam sofisticadas técnicas de “gestão fiscal” que reverberam contra a descida de impostos maciça aprovada pelo Presidente Donald Trump, alegando – pasme-se! – que prejudica a classe média…
8. A luta contra o politicamente correto continua no próximo ano. Só derrotando esta nova forma de ditadura (como tão bem explica João Caiado Guerreiro, em posfácio ao nosso livro sobre a vitória de Donald Trump, disponível nas livrarias já no próximo mês de janeiro) poderemos salvar a democracia. A liberdade – a nossa e das gerações futuras – merece todo o nosso empenho e dedicação. A todos um Feliz Ano Novo! Que a ditadura do politicamente correto nunca vos pare ou limite! E que a vida – a sua, a nossa – seja sempre mais do que uma geringonça!
Escreve à terça-feira