‘Take-away’ foi a única categoria que cresceu entre 2010 e 2011


O 'take–away' (pronto a comer) foi a única categoria de grande consumo que cresceu entre 2010 e 2011, com os portugueses a optarem por fazer mais refeições em casa, mas sem abdicarem da conveniência. Esta é uma das conclusões de um estudo sobre o "Novo Consumidor Português", desenvolvido pela Kantar Worldpanel junto de quatro mil…


O 'takeaway' (pronto a comer) foi a única categoria de grande consumo que cresceu entre 2010 e 2011, com os portugueses a optarem por fazer mais refeições em casa, mas sem abdicarem da conveniência.

Esta é uma das conclusões de um estudo sobre o "Novo Consumidor Português", desenvolvido pela Kantar Worldpanel junto de quatro mil famílias representativas dos lares portugueses e que foi hoje apresentado em Lisboa.

O estudo revela que o 'take-away' foi a única categoria que se desenvolveu de forma notória, em volume e em valor.

"É mais barato do que ir ao restaurante e, apesar de sair mais caro do que fazer a comida, é também mais conveniente. As pessoas não têm muito tempo disponível para cozinhar", justificou Paulo Caldeira, diretor de marketing da Kantar.

Lisboa destacou-se, aliás, num conjunto de sete cidades ibéricas analisadas pela Kantar (que incluem ainda Porto, Sevilha, Madrid, Bilbao, Barcelona e Valência, representando 28 por cento da população e 32 por cento do valor do grande consumo ibérico) como a "mais aberta a soluções de conveniência alimentar".

Metade dos consumidores afirmaram dar preferência à rapidez e facilidade de preparação e 13 por cento disseram que compram comida preparada para levar para casa frequentemente.

Lisboa e Porto foram identificadas também como as cidades mais sensíveis ao preço nestes conjunto urbano ibérico (35 e 36,6 por cento, respetivamente.

A Kantar identifica o consumidor atual como um consumidor inteligente ('Smart downtrading shopper') que "escolhe as opções mais baratas, mas também o que é mais conveniente, ou seja compra mais barato nalgumas categorias e mais caro noutras".

"Estamos a falar um consumidor que conseguiu reduzir os seus encargos. Apesar da inflação ter atingido os 3,7 por cento, os encargos para as famílias aumentaram apenas 1,3 por cento", explicou Paulo Caldeira.

Entre 2010 e 2011, os consumidores compraram ligeiramente menos (-0,4 por cento), mas foram mais vezes as compras (1 por cento), privilegiando as oportunidades, apesar de comprarem menos de cada vez (-2,5 por cento).

Ainda assim a Kantar estima que "o grande consumo não será muito afetado"nos próximos anos.

"Estamos a falar de bens essenciais", comentou Paulo Caldeira.

A opção pelas grandes superfícies vai acentuar-se em detrimento do comércio tradicional, prevendo-se que passe dos atuais 68,4 para 71,8 por cento em 2015.

O mesmo acontecerá com as marcas da distribuição, com a Kantar a prever um aumento da quota de 36,7 para 41,5 por cento até 2015.

Águas com gás, iogurtes saúde (Biffidus, L.Casei), vinhos, pão, carne e peixe fresco foram as categorias que mais caíram entre 2010 e 2011.

No extremo oposto estão as águas sem gás, iogurtes tradicionais, Ice Tea, pão industrial, carne congelada e conservas de atum e salsicha

O painel de consumidores da Kantar Worldpanel, uma empresa mundial especializada em análise de consumo, é composto por 4 mil famílias que registam os dados relativos às suas compras diariamente num PDA (computador de bolso).age