Três administradores da NOS com ligações a Isabel dos Santos deixam operadora

Três administradores da NOS com ligações a Isabel dos Santos deixam operadora


Os três têm ligações à filha de José Eduardo dos Santos.


Três administradores não executivos da NOS, ligados à empresária angolana Isabel dos Santos, demitiram-se.

"O Dr. Jorge de Brito Pereira, Dr. Mário Filipe Moreira Leite da Silva e Dra. Paula Cristina Neves Oliveira apresentaram hoje, ao Conselho Fiscal, as respetivas renúncias aos cargos de membros não executivos do Conselho de Administração desta sociedade", refere um comunicado da operadora à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os três têm ligações à filha de José Eduardo dos Santos – Paula Oliveira, Jorge Brito Reis e Mário Leite da Silva tinham sido os três nomeados por Isabel dos Santos, que detém, em conjunto com a SONAE, 52,15% por cento do capital da NOS. Paula Oliveira e Mário Leite da Silva foram constituídos arguidos em Angola, esta quarta-feira, tal como Isabel dos Santos

A demissão surge depois de o conselho de administração da NOS decidir que os três deviam ser ouvidos pelas comissões de governance e ética da empresa sobre as relações que mantêm com a empresária angolana.

Além das funções que desempanhavam na operadora, Mário Leite da Silva é gestor de Isabel dos Santos, Paula Oliveira é amiga pessoal, e Jorge Brito Pereira é advogado da empresária. Segundo a investigação revelada pelo Expresso e pela SIC, são figuras centrais no esquema de desvio de dinheiro da Sonangol para uma empresa fantasma no Dubai.

Recorde-se que o caso Luanda Leaks é uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, onde foram analisados 715 mil documentos que mostram esquemas financeiros feitos, alegadamente, por parte de Isabel dos Santos.

A investigação detalha esquemas financeiros que terão permitido retirar dinheiro dos cofres do Estado angolano, por meio de paraísos fiscais. No final do ano passado, Isabel dos Santos já tinha sido acusada pela justiça angolana de celebrar negócios com o Estado através de empresas públicas.

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