Personagem em novela custa 36 mil euros a Ordem dos Enfermeiros

Personagem em novela custa 36 mil euros a Ordem dos Enfermeiros


A personagem, representada pela atriz Liliana Santos, é a de uma enfermeira na área social.


A bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) admitiu o patrocínio de uma personagem na nova novela da SIC, “Nazaré”. A situação foi denunciada, segundo avança o Jornal de Notícias, nas redes sociais e os valores do contrato podem ser consultados no portal BASE – plataforma que serve de divulgação dos contratos públicos. A personagem interpretada por Liliana Santos custou à Ordem 36.080 mil euros, ao qual acresce o valor do IVA. No total, são cerca de 44 mil euros.

Este patrocínio é justificado por Ana Rita Cavaco como “uma forma de valorizar a profissão aos olhos da sociedade”. A bastonária explica ao Jornal de Notícias que, por norma, “quando há personagens de profissão há sempre erros”. Assim, estes valores são justificados pela bastonária com a necessidade de dar apoio na parte “técnica da personagem e do que ia fazer. Obviamente, com mensagens para valorizar e dignificar os enfermeiros, que, muitas vezes, nas novelas e nas e ficções são mal retratados”.

A bastonária adianta ainda que esta não será a única novela onde a Ordem irá dar “aconselhamento”. A pedido da produtora, a OE vai dar aconselhamento técnico – sem patrocínios. No conjunto, esta estas personagens vão retratar “tudo o que os enfermeiros são hoje em dia”.

Claúdia, personagem de Nazaré, é uma enfermeira que trabalha numa área “um bocadinho esquecida”, afirma Ana Rita Cavaco. “Estes enfermeiros queixam-se muito e com razão, mas são tão enfermeiros como os outros. Não existem enfermeiros de primeira e de segunda”, acrescenta. A personagem da segunda novela será, por sua vez, uma enfermeira especialista que, na vida real, poderia ser uma das profissionais “com a categoria na carreira e sem a correspondente renumeração”.

A bastonária acrescenta ainda que “em qualquer país do mundo há uma diferença entre os cuidados comuns e os especializados. Não compreendemos porque não nos pagam a diferenciação”.