MJ avança hoje com conferência de imprensa sobre Vale de Judeus

MJ avança hoje com conferência de imprensa sobre Vale de Judeus


Rita Alarcão Júdice tinha dito que não faria qualquer comentário até ter todos os dados sobre o caso. Os cinco reclusos continuam em fuga


A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, vai falar esta terça-feira às 17h sobre a fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre. A ministra tinha adiado qualquer comentário até ter todos os dados sobre o caso, que levantou sérias preocupações sobre a segurança do sistema prisional português. No entanto, os partidos políticos têm feito ouvir a sua voz. Já o ministro da Presidência, Leitão Amaro, reconheceu que a fuga pode ser consequência do baixo investimento e da falta de recursos humanos nas prisões, problemas que o Governo está a tentar resolver. Mas enfatizou a necessidade de discrição nas operações para capturar os fugitivos.

A seu lado, o antigo ministro Fernando Negrão também apontou a falta de investimento e de guardas prisionais como causas principais da fuga, defendendo a necessidade de uma reorganização do sistema prisional. Sabe-se que a fuga ocorreu na manhã de sábado e foi detetada apenas 40 minutos depois, quando os outros prisioneiros retornaram às suas celas. Segundo a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais – que já abriu um inquérito interno para investigar o sucedido -, os presos utilizaram uma escada lançada externamente para escalar o muro da prisão e escapar. 

Os fugitivos, considerados perigosos, têm perfis variados: Fernando Ferreira, de 63 anos, condenado por sequestro e tortura; Fábio Loureiro, de 34 anos, conhecido por envolvimento em tráfico de drogas; Shergili Farjiani, de 40 anos, condenado por diversos crimes; Mark Roscaleer, de 35 anos, com antecedentes de tentativas de fuga; e Robert Lohrmann, de 59 anos, condenado por associação criminosa e falsificação. Este último terá liderado um grupo criminoso que terá assassinado um jovem em 2003.

A fuga dos reclusos terá sido facilitada pela ausência de torres de vigilância na prisão, que foram removidas há anos devido à falta de efetivos. A PSP já alertou a população para não contactar com os cinco fugitivos e para ligar imediatamente para o 112 ou informar as forças de segurança se avistar algum deles. A força de segurança enfatizou, através das redes sociais, que deve ser dada prioridade ao contacto via 112 para garantir a comunicação rápida com as autoridades locais.