A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apresentou 25 medidas que gostaria de ver contempladas no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) com vista a garantir a sustentabilidade das empresas.
Este pacote assenta em quatro eixos estratégicos: fiscalidade, capitalização das empresas, apoio ao investimento e emprego, qualificação e integração de migrantes. Entre as medidas avançadas destaca-se a redução da taxa intermédia de IVA para os 10%, «à semelhança dos nossos principais concorrentes, Espanha, França e Itália», reposição dos refrigerantes e bebidas alcoólicas na taxa intermédia do IVA, redução da TSU paga pelas empresas pelos rendimentos de trabalho dos seus colaboradores «para proporcionar a melhoria das condições salariais, captando e retendo talento nas empresas», redução dos impostos sobre o rendimento (IRC e IRS) «a fim de se aumentar a competitividade das empresas nacionais e aumentar o rendimento líquido disponível das famílias».
A associação sugere ainda a criação um Centro Nacional de Competências, Inovação e Investigação para a Gastronomia «com o objetivo de elevarmos ainda mais o patamar da qualidade e da excelência em termos de conhecimento, de qualificação e de competências técnicas», assim como a criação de mecanismos financeiros «com vista à redução do endividamento das empresas, bem como promover a reposição dos capitais próprios até aos níveis pré-pandemia» e o apoio ao investimento em eficiência energética, eficiência hídrica e transição digital.
A AHRESP lembra que «apesar dos dados da atividade turística indicarem que estamos a crescer, nem tudo está bem, particularmente no que diz respeito à restauração que se tem deparado com inúmeras dificuldades», referindo que «os empresários estão muito apreensivos com a dinâmica da procura, que tem sido muito inconstante e díspar no território, o que exige prudência e cautela».
E vai mais longe. «A conjuntura económica de um contexto inflacionista que perdura há mais de dois anos, com especial incidência nas matérias-primas alimentares, o aumento dos custos de energia e a subida nas taxas de juro, que ainda permanecem muito elevadas, tornaram-se numa ‘tempestade perfeita’, colocando em risco a sustentabilidade dos negócios».
A associação destaca ainda o facto de alguns dos operadores económicos estarem sem capacidade de gerar meios financeiros suficientes para suportar todos os seus encargos, «sobretudo os financeiros (por culpa da Covid19), a procura está muito incerta, com menor poder de compra e a falta de profissionais, sobretudo qualificados, continua a ser um dos principais problemas das nossas empresas».