A Defesa Nacional tem que ser encarada como a mais esfusiante tarefa que a Nação deve prosseguir pois, sem ela, toda a sua actividade perde sentido e significado, visto que o esforço desenvolvido por todos aponta para a perenidade da Nação e do Estado. O Homem tem um horizonte-tempo (limitado), por isso ele é efémero, ao contrário da Nação que é perene. Na base de toda a Defesa Nacional está a Educação, que deverá possuir uma política de Juventude, com uma componente fundamental que é o Desporto. É através do Desporto que se pode cultivar a austeridade de carácter, como diria Fidelino de Figueiredo, e com ela dar vida ao maior projecto que uma Nação deve possuir, ou seja, a preservação da sua identidade nacional, da sua unidade e do seu solo pátrio.
O Desporto, fortalecendo a vontade, o corpo e a alma, permite criar condições favoráveis para tornar realidade tudo o que acabou de ser dito. Isto é, valoriza o Homem, cria-lhe um espírito de coesão e de cooperação, muda-lhe a mentalidade, através de alterações psicológicas profundas, e a forma de encarar o mundo e a vida.
A Defesa Nacional é, hodiernamente, um problema de toda a população, interessa a toda a população e exige a sua activa participação. Sem um conceito correcto de Defesa Nacional, é impossível construir uma Nação e muito menos estruturar um País e uma Pátria. Sendo a autoridade a linha de força que mantém os Homens fiéis a determinados fins, é evidente que estes só poderão ser os fins do Estado, se tal definição se enquadrar num sentido sociológico, ético e, sobre tudo, gregário. Não faz sentido cooperar para a desagregação. A cooperação é para agregar. E é na base de um gregarismo que as pessoas movidas por interesses comuns (presente), com um passado comum (história) e com projectos comuns para o futuro, como ensinou Renan, constituem uma Nação.
Na base desta organização está a Defesa Nacional, que não é mais que a Defesa do projecto de vida que a sociedade escolheu como forma de prosseguir os interesses comuns da grei. Uma sociedade que não entenda isto e que não pratique os seus sãos princípios, fica à mercê de meia dúzia de mercenários contratados apenas por dinheiro e sempre prontos a “servir” quem pague mais ou possa distribuir melhores “benesses”. A Defesa Nacional exige um projecto nacional que motive e dinamize toda a população e exige também uma técnica, neste campo específico, conduzida por especialistas.
A Defesa Nacional tem como “projecto”, como é óbvio, a Pátria. Está para além de qualquer ideologia e exige uma visão multidisciplinar ou, se se preferir, pluridisciplinar, interessando considerar em tal “projecto” sectores e actividades essenciais como, por exemplo, uma boa e articulada política de Educação, de Juventude e Desportos.
Sociólogo