A partir de Janeiro do próximo ano começa a ser implementado um amplo programa de cooperação entre os Estados Unidos e Angola no domínio da Defesa, que inclui formação de quadros, segurança espacial, cibersegurança, reequipamento e modernização das Forças Armadas de Angola.
Na sua primeira visita ao continente africano na qualidade de secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin reconheceu a posição de Angola como «um líder em ascensão na região», destacou a cooperação «na modernização militar, formação, segurança marítima e prontidão médica» e realçou o empenho em «trabalhar mais estreitamente na manutenção da paz, combate às alterações climáticas, inteligência e cooperação espacial». Lloyd Austin chegou a Angola na terça-feira, após um périplo de uma semana pelo continente africano.
Promover a paz e a segurança
O secretário da Defesa dos Estados Unidos garantiu o empenho do seu país no apoio às políticas integrais dos governos que promovam a paz, a segurança e a governação democrática, sublinhando que são «elementos inseparáveis», especialmente para os desafios da luta pela democracia em África.
Lloyd Austin alertou ainda para o facto de África estar na linha da frente de muitas das ameaças comuns mais urgentes do século XXI, como pandemias, insegurança alimentar, crise climática, terrorismo, pilhagem de recursos e o regresso da autocracia.
Programa de cooperação em Janeiro
«Vamos dar os primeiros passos para que em Janeiro se possam assinar já os primeiros acordos para a implementação do programa de cooperação em vários domínios», disse o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, sublinhando que o objectivo é preparar o efetivo para o cumprimento de missões em prol da defesa nacional, da reconstrução do país e participar em outros domínios da vida nacional.
Os dois países assinaram, em 2017, um memorando que tem guiado a cooperação bilateral.
Luanda desmente instalação de base militar
Os rumores sobre a instalação de uma base militar voltaram a ser levantada depois da inclusão de Angola nesta primeira deslocação de Lloyd Austin ao continente, principalmente por incluir Djibuti, onde os EUA têm dois campos militares. O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República desmentiu informações de que Angola teria autorizado a instalação de uma base militar dos EUA. Francisco Furtado esclareceu que a Constituição de Angola não permite a instalação de bases estrangeiras em território nacional e que os acordos discutidos visam aumentar a capacidade das Forças Armadas Angolanas e garantir uma maior contribuição em outras tarefas do país.