Um tribunal chinês condenou hoje 11 pessoas a até quatro anos de prisão, por danificarem uma árvore protegida com 2.600 anos, que é considerada sagrada pelos habitantes do local onde está plantada.
A árvore é uma nanmu, espécie que só cresce em algumas partes da Ásia, datada do período dos Reinos Combatentes da Primavera e Outono (entre 722 aC – 479 aC), e que foi encontrada na vila de Nanshao, onde os locais reverenciam o enorme espécime, cujo diâmetro chega a quase dois metros na sua área central, segundo o jornal local The Paper. A vila fica na província de Guizhou, no sudoeste do país asiático.
No início de fevereiro de 2022, o povo de Nanshao descobriu que uma área na base do tronco tinha sido cortada, ferindo gravemente a árvore, a que chamam de "Velho Rei Nambu".
A investigação subsequente apurou que, entre setembro e dezembro de 2021, os arguidos cortaram até 200 pedaços desta e de outras árvores nanmu para vender, obtendo um lucro de 414.700 yuan (54.972 euros).
Além de danificarem gravemente o exemplar milenar de Nanshao, os condenados provocaram a morte de outras sete árvores. Para além de cumprirem pena de prisão, vão ter de pagar a recuperação do "Velho Rei Nambu".
A China está a intensificar a sua campanha de plantio e conservação de árvores em todo o território, como parte dos esforços para cumprir o compromisso de atingir o pico de emissões de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060.
Em 1981 foi instituído o Dia do Plantio de Árvores, do qual participam milhões de pessoas todos os anos visando criar "grandes muros verdes" nos arredores de cidades como Pequim, para reter a areia e outras partículas poluentes.