A Polícia Judiciária (PJ) revelou esta sexta-feira que recebeu quase 15 mil inquéritos relacionados com a criminalidade seuxal contra crianças e jovens nos últimos cinco anos.
A informação foi avançada no âmbito do dia europeu da proteção das crianças e contra a exploração e o abuso sexual, tendo a autoridade alertado que esta problemática "continua a ocorrer em dimensões significativas".
A PJ dá conta de que, até setembro recebeu 1.737 inquéritos, mas até ao final do ano poderá registar cerca de 2.400.
A autoridade explicita que em 2017 recebeu 2.192 inquéritos relacionados com criminalidade sexual contra crianças e jovens, em 2018 recebeu 2.103, em 2019 o número situou-se nos 2753, em 2020 aumentou para 3.773, tendo no ano recebido 2.405 inquéritos.
Em comunicado, a PJ sublinha que a criminalidade sexual contra crianças e jovens "continua a ocorrer em dimensões significativas", e que isso deve implicar "um esforço acrescido na resposta multidisciplinar, das diferentes entidades e sistemas convocados para a proteção da criança e para o reconhecimento e afirmação dos seus direitos".
Para o órgão de polícia criminal, "a sinalização precoce das situações, a resposta adequada nos diferentes planos e a consciencialização do direito das crianças e jovens ao crescimento livre de pressões e condutas inaceitáveis, também na esfera do direito à autodeterminação sexual, constituem paradigma a alcançar".
Embora este tipo de crimes aconteça maioritariamente em contexto familiar, a PJ avança que "é significativo o impacto da chamada criminalidade sexual 'online', exigindo respostas ao nível da ciber investigação e da cooperação com entidades internacionais, bem como a mobilização de novos saberes e inovação tecnológica".
A autoridade sublinha ainda que "a pornografia de crianças e jovens corresponde, via de regra, a uma situação real, em tempo e local desconhecidos, mas com vitimas concretas que importa proteger".