Protesto. Tratores agrícolas em marcha lenta na Nacional 111

Protesto. Tratores agrícolas em marcha lenta na Nacional 111


Protesto causou uma fila de automóveis de dois quilómetros.


Cerca de 50 tratores agrícolas e vários veículos de apoio estão esta sexta-feira a realizar uma marcha lente de protesto contra a falta de apoios do Governo para a agricultura. Os manifestantes deslocam-se entre Montemor-o-Velho e Coimbra, na zona do vale do Mondego. 

O cortejo saiu de Montemor-o-Velho pelas 9h30 com 31 tratores agrícolas e está a ser enquandrado por três veículos da GNR. Durante o caminho, juntaram-se à marcha outros 20 tratores, estando a PSP à espera de meia centena de máquinas agrícolas na chegada à cidade. Segundo a agência Lusa, o primeiro quilómetro feito na Estrada Nacional 111 (EN111) foi feito a uma velocidade média de 20 quilómetros por hora (km/h).

O motivo para o protesto centra-se na falta de respostas por parte do Governo às reivindicações dos agricultores, nomeadamente em apoios aos fatores de produção e isenção de impostos no gasóleo agrícola, numa ação promovida pela Associação Distrital de Agricultores de Coimbra (Adaco) e Comissão de Agricultores do Baixo Mondego.

Nos tratores liam-se diversas frases de protesto escritas em faixas: "Isenção de IVA e imposto no gasóleo agrícola", "Preços justos na produção. Num produto, a grande distribuição fica com 80% do valor" ou "Agricultores a penar, grandes superfícies a engordar" eram algumas delas.

Isménio Oliveira, coordenador da Adaco, disse aos manifestantes presentes, antes do arranque do desfile, que o objetivo era ir "para Coimbra causar impacto", acrescentando que os problemas no setor não se sentem apenas "no Baixo Mondego", mas "em todo o país".

Contudo, "aqui é mais grave", disse, fazendo referência ao aumento dos preços dos fatores de produção, como adubos, pesticidas, herbicidas ou rações para animais, que sofreram "aumentos brutais" no espaço de um ano.

Depois de, a 29 de março, terem sido recebidos na Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), onde entregaram uma carta dirigida à Ministra da Agriculta, que não teve "qualquer tipo de resposta", os agricultores voltou a entregar uma exposição, dirigida não só ao Governo como também ao Presidente da República, Comissão de Agricultura e Pescas da Assembleia da República e aos deputados eleitos pelo círculo de Coimbra.

No início do desfile, o cortejo de tratores estava a provocar uma fila de automóveis que também circulavam em direção a Coimbra, com cerca de dois quilómetros.