Combustíveis. “Por muito que custe, preços vão aumentar nos próximos anos”, diz Siza Vieira

Combustíveis. “Por muito que custe, preços vão aumentar nos próximos anos”, diz Siza Vieira


“Sempre que compramos combustíveis fósseis estamos a endividar-nos perante o exterior”, disse o ministro.


Os preços dos combustíveis voltaram a aumentar esta segunda-feira: o gasóleo subiu 3,5 cêntimos por litro e a gasolina 2 cêntimos por litro. A tendência de subida tem acontecido nos últimos meses e a perspetiva é que continue. Quem o admitiu foi o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira ao dizer que “por muito que custe, o preço dos combustíveis fósseis vão aumentar nos próximos anos”.

Para Pedro Siza Vieira, parte da solução passa por “reduzir a dependência do exterior” e tornar Portugal “mais competitivo nas energias renováveis”.

“Por muito que nos custe os combustíveis fosseis vão aumentar os preços nos próximos anos é por isso que o esforço que estamos a fazer passa por reduzir a nossa dependência energética do exterior. Sempre que compramos combustível fósseis estamos a endividar-nos perante o exterior. Em segundo lugar, aumentar e tornar mais competitivos os custos das energias renováveis e da hidrogenação da nossa faturação energética”, disse o governante na conferência Retomar Portugal.

É que, na opinião do ministro, mesmo que fosse possível reduzir nas margens os custos fiscais que incidem sobre os combustíveis fosseis, “não podemos equivocar: eles vão continuar a subir o seu preço nos próximos anos e isso vão afetar toda a economia mundial”.

E acrescentou que a “preocupação passa por manter a estabilidade no quadro fiscal aplicado aos combustíveis”. “O custo dos combustíveis tem variado em função da flutuação dos preços do petróleo nos mercados, aquilo que são os custos de refinação e os custos de comercialização. Não houve até ao momento nenhuma alteração desse quadro fiscal. Não alterar essa estabilidade dá previsibilidade aos agentes económicos”, disse ainda.

Recorde-se que o aumento dos preços dos combustíveis já levou o Governo a aprovar uma proposta que visa fixar as margens máximas na comercialização de combustíveis. Apetro e Anarec já se mostraram contra e a Apetro chegou mesmo a divulgar um parecer jurídico garantindo que considera “inconstitucional” esta medida. Autoridade da Concorrência também já alertou para os riscos.