Vacinação de jovens com 16 e 17 anos arranca a 14 de agosto

Vacinação de jovens com 16 e 17 anos arranca a 14 de agosto


Depois, avança vacinação de crianças dos 12 aos 15 anos com fatores de risco a definir pela DGS. Doenças em causa vão ser listadas pela DGS. 


“Está clarificada a decisão de vacinação 18 aos 16 anos, e está já clarificada também a vacinação dos 12 aos 15 em casos de comorbilidades, que nos vão agora ser listadas pela DGS”, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido, no final da reunião do Infarmed.

Depois do impasse, o Governo não avança para já com a intenção de vacinar universalmente crianças, algo que tem vindo a suscitar dúvidas na comunidade científica e médica, mas está fechada a data para começarem a ser chamados os adolescentes mais velhos e as crianças com maior risco de ter quadros de covid-19 graves, o que tinha sido o parecer inicialmente da comissão técnica de vacinação e é também a posição a nível europeu do Centro Europeu de Prevenção de Doenças.

Uma questão em cima da mesa e que ainda não está clarificada é se serão também vacinados jovens que vivam com pessoas com maiores vulnerabilidades, o que foi recomendado por exemplo no Reino Unido e faz parte também das recomendações do ECDC.

Certo para já é que o fim de semana de 14 de agosto marca o arranque da vacinação dos mais novos, que o Governo já tinha apontado para os fins de semana de agosto a 19 de setembro, antecipando o arranque do ano letivo. Um dos apelos do Presidente da República após da reunião foi que os pais tenham tempo para refletir sobre a vacinação dos filhos e o anúncio não tardou.

“Vacinação de crianças é fundamental”   Na reunião, dos nove oradores, apenas um perito referiu a questão que tem estado a gerar divisão nos especialistas e apreensão nas famílias. Henrique Barros, epidemiologista e presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que fez uma apresentação sobre as perspetivas para o inverno, antecipou que com uma maioria da população vacinada, é expectável que no inverno possa haver uma pequena onda de covid-19 mas com pouco relevo em termos de internamentos e mortalidade.

As variáveis que podem interferir nesse cenário, elencou, são o frio extremo (como o que se viveu em janeiro) e a vacinação das crianças. Por cada diminuição de 5 graus nas temperaturas mínimas médias é expectável um aumento de 30% no número de casos, alertou. “Temos de estar atentos a essa ocorrência, que vai acontecer se voltarmos a encontrar essas temperaturas.” Já sem vacinar crianças, admitiu que haverá “um pico inequívoco” de casos no inverno. “Está nas nossas mãos resolver o problema”, apelou.

Combater o presentismo, pessoas que vão trabalhar doentes, assegurar medidas de higienização e utilizar águas residuais para monitorização da epidemia e variantes, algo já feito com alguns projetos-piloto, são outras recomendações da equipa do ISPUP, bem como a organização de consultas para seguir casos de long-covid.

Também na senda de preparar o outono/inverno, Raquel Duarte insistiu na ideia de preparar melhor a ventilação de espaços fechados, levando ao Infarmed a proposta de utilização de sensores de CO2 como sistemas de alerta para défices de arejamento, como tem acontecido noutros países. Poderiam ser equacionados em escolas, onde tem havido experiências-piloto lá fora, e também em fábricas, adiantou ao i.