A Alemanha, o segundo país mais envolvido no Afeganistão depois dos EUA, concluiu o repatriamento dos seus soldados destacados no país asiático, pondo fim a uma missão de quase 20 anos, noticiou hoje a imprensa alemã.
"Um capítulo histórico chega ao fim, uma missão intensa que exigiu e influenciou o exército alemão e em que este demonstrou a sua capacidade de combate", disse a ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer, em comunicado.
"Falaremos abertamente sobre o que estava certo e o que estava errado e sobre o que aprendemos. Isto é válido para o exército e para o meu Ministério. Mas também para o Governo alemão como um todo", acrescentou a ministra.
No total, cerca de 160.000 soldados alemães tomaram parte na missão desde 2001, 59 dos quais morreram.
Nos últimos meses, cerca de 1.100 soldados alemães foram destacados para o Afeganistão para integrar o contingente de 9.600 soldados da NATO.
Os últimos soldados alemães deixaram a sua base em Mazar-e-Sharif (norte do Afeganistão) na terça-feira, em dois aviões alemães e dois norte-americanos, apesar de estar previsto que as últimas tropas alemãs deixassem o Afeganistão em julho.
A retirada das tropas alemãs começou no passado mês de maio e acelerou-se depois do Presidente norte-americano, Joe Biden, ter também anunciado a partida de todas as tropas alemãs até 11 de setembro.
Também a Itália anunciou hoje ter concluído o repatriamento das suas forças armadas do Afeganistão.
O último contingente italiano, de algumas dezenas de militares, deixou Herat (oeste do Afeganistão) e já chegou ao aeroporto de Pisa (oeste de Itália).
A partida das forças internacionais ocorre apesar da deterioração da situação de segurança no país, com os talibãs a avançarem e a assumirem cada vez mais distritos.
Alguns peritos temem que Cabul possa cair de novo nas mãos dos extremistas, assim que todos os militares estrangeiros partirem.