PAN e o congresso da renovação

PAN e o congresso da renovação


Inês Sousa Real vai ser eleita neste fim de semana líder do partido. Quer avançar com uma robusta reorganização interna e crescer nas autárquicas.


Inês Sousa Real deverá ser eleita, neste fim de semana, em Tomar, para a liderança do PAN depois de André Silva ter deixado a política ativa. A nova porta-voz quer avançar com «uma robusta reorganização interna» e crescer nos próximos atos eleitorais, nomeadamente nas eleições autárquicas que se realizam já em setembro ou outubro.

Na moção que vai levar ao VIII Congresso do PAN, intitulada As Causas Primeiro, Inês Sousa Real considera «absolutamente fundamental assegurar a consolidação e o reforço da presença do PAN nas diferentes autarquias locais, bem como a aumentar a nossa representatividade».

O documento define um PAN como um partido de causas e uma das principais é o combate às alterações climáticas. «6 anos e 208 dias a partir do congresso do PAN. Este é o tempo previsto para atingirmos o ponto de não-retorno das alterações climáticas», alerta.

Para travar a crise ambiental, a única moção de estratégia global apresentada neste congresso propõe «um novo paradigma económico, baseado na redução do consumo não essencial e na economia circular, introduzindo incentivos e desincentivos com vista a contabilizar as externalidades causadas pela produção e consumo».

A defesa dos animais é outro dos pontos essenciais da estratégia de Inês Sousa Real para os próximos dois anos. A moção destaca algumas conquistas nesta área e reafirma o combate pela abolição das touradas. «Uma prática bárbara que viola os mais elementares interesses dos animais». Outra das intenções do partido é pugnar pela alteração da lei da caça, porque, para além de «práticas anacrónicas, como a morte à paulada ou com lança, do recurso a matilhas compostas por mais de 50 animais», é das atividades que «maior pressão causa na biodiversidade, como é exemplo o desastre ecológico e o extermínio de animais ocorrido na Torre Bela».

A nova direção do PAN compromete-se a lançar o debate sobre o sistema eleitoral. O_PAN alerta que, nas últimas eleições legislativas, «mais de 700 mil votos foram desperdiçados» e defende «a redução do número de círculos eleitorais ou até introdução de apenas dois».

Os trabalhos do congresso arrancam este sábado com a intervenção de André Silva depois da votação do regulamento e da eleição da mesa. São esperados 134 congressistas no Hotel dos Templários, em Tomar, e, além da moção de estratégia global, serão discutidas 25 moções temáticas que abordam algumas das bandeiras do partido como a proteção dos animais, o combate à corrupção ou o voto eletrónico.

A lista liderada por Inês Sousa Real para a direção do partido conta com 11 caras novas e mantém 16 dos 27 membros efetivos. Bebiana Cunha, deputada na Assembleia da República, ocupa o segundo lugar e Pedro Neves, deputado na Assembleia Regional dos Açores, aparece em terceiro lugar. Nelson Silva, que vai integrar o grupo parlamentar na Assembleia da República devido à saída de André Silva, é o quarto da lista.

O Congresso, ao contrário do que aconteceu em 2019, será aberto à comunicação social e transmitido nas plataformas digitais Facebook, Twitter e Youtube.