Dia 27 de maio de 1956. O Estádio Nacional não encheu. Várias clareiras surgiam por aqui e por ali mas havia um rijo conjunto de adeptos vindos de Torres Vedras para apoiar a sua equipa que cumprira o sonho de atingir a final da Taça de Portugal. Hoje, o Torreense joga em Braga a possibilidade de atingir os quartos-de final. Nesse ano extraordinário de 1956, os torrejanos ainda viviam na ressaca das comemorações da subida à I Divisão, na época anterior. De repente viam-se no ponto mais alto e mais brilhante da sua história. O adversário era o FCPorto.
Assinale-se que o mérito do Torreense foi verdadeiramente indiscutível. O percurso teve momentos que ficaram marcados para sempre na memória dos que a eles puderam assistir. A primeira eliminatória foi ultrapassada com naturalidade face ao Desportivo de Beja (2-0). Depois seguiu-se o êxito mais saudado. Recebendo o Sporting em casa no dia 5 de junho – recorde-se que, nesse tempo, a Taça de Portugal disputava-se de forma seguida, após o final do campeonato nacional –, os rapazes orientados por um treinador argentino arguto como poucos, Oscar Tellechea, eliminaram os leões ganhando por 1-0, golo de outro argentino, Juan Carlos Forneri, que viera do Juventude de Évora, marcado aos 12 minutos do segundo tempo.
O triunfo aumentou as ambições torreenses. Atingidos os quartos-de-final, o sorteio ditou que voltassem a jogar em casa, desta vez recebendo o Sporting de Braga. O herói do jogo foi Fernando Mendonça, um dos célebres irmãos Mendonça – o mais destacado foi Jorge Mendonça, que jogou no Atlético de Madrid e no Barcelona. O terceiro Mendonça, João de sua graça, estava lá, igualmente, jogando na frente de ataque, ao lado do mano que acabou por ser o autor dos dois golos da vitória (2-0).
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