Nelson Rodrigues chamou à derrota frente ao Uruguai, na final do Mundial de 1950, num Maracanã assoberbado por mais de 200 mil pessoas, “a Hiroxima do Futebol Brasileiro”. João Ramos do Nascimento, de 32 anos, atacante do Bauru, não aguentou as lágrimas e desatou num pranto do tamanho do caudal do Amazonas. Seu filho, Edson, de dez anos, vendo o pai naquela tristeza toda, fez-lhe uma promessa: “Não chore não, papai. Prometo que vou ganhar essa copa para você!” Parecia Chico Buarque pegando no violão e cantando: “Não chore ainda não, que eu tenho a impressão/ Que o samba vem aí…” Veio mesmo. Oito anos depois, o menino cumpriu a promessa. Ainda não completara 18 anos quando a seleção do Brasil ganhou o Campeonato do Mundo da Suécia, em 1958. Edson já era conhecido por toda a gente como Pelé.
João Ramos também tinha uma alcunha: Dondinho. Não teve nunca a habilidade do filho mais velho – o mais novo, Zoca, teve uma carreira curtinha, no Santos –, mas foi um cabeceador de grande categoria, apenas comparado a Dadá Maravilha, o tal que dizia que só três coisas pairam no ar: “O beija-flor, o helicóptero e ele mesmo, quando saltava na área para fazer golos de cabeça”.
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