Existe um sem-número de estudos sobre os impactos da pandemia na população portuguesa, e embora cada um deles apresente pequenas (ou mesmo grandes) diferenças, parece que, neste momento, já se chegou pelo menos a uma conclusão unânime: os hábitos de consumo dos portugueses alteraram-se profundamente neste período, passando a incluir o comércio eletrónico (o denominado e-commerce) como opção válida e habitual – ir ver as montras, escolher e comprar sem sequer sair de casa passou a fazer parte desta nova normalidade. E até a possibilidade de vender na internet, fazendo dinheiro com o que já não se usa ou serve, passou agora a ser comum.
E tudo devido ao confinamento. Fechados entre quatro paredes, os portugueses começaram a explorar, por gosto e necessidade, os seus telemóveis e computadores, descobrindo as opções de comércio eletrónico que a maioria das empresas de venda a retalho há muito tinham disponíveis. A falta de hábito e alguma desconfiança – principalmente nas transações financeiras e entregas – sempre contribuíam para o lento crescimento do e-commerce no país. As dúvidas foram, porém, sendo gradualmente deixadas de lado, face às comodidades.
Em maio, apenas um mês após o início do estado de emergência, os números do consumo online em Portugal já superavam “todas as expetativas desde que se iniciaram os períodos de confinamento em toda a Europa”, concluía um estudo realizado pela Mastercard. O relatório indicava que, neste período, “mais de metade dos portugueses (54%)” já tinham realizado “mais compras online do que nunca” e 30% gastaram mesmo “mais dinheiro em experiências virtuais do que no início do ano”. Aulas de fitness (preferência de 33% dos portugueses), receitas de culinária (preferência de 40%) ou subscrição de canais de filmes (59%) eram dados como exemplo – uma tendência que, de resto, se manteve em junho.
Numa análise mais detalhada, nota-se um aumento por esta opção entre a faixa etária dos 25 aos 34 anos; dos 18 aos 24 anos, o consumo mantêm-se elevado, mas ao nível do que já era realizado antes da pandemia.
Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.