Precários da RTP iniciam protesto pela integração nos quadros da empresa

Precários da RTP iniciam protesto pela integração nos quadros da empresa


Trabalhadores da RTP Porto acusam administração da empresa de “aproveitar pandemia” para substitui-los por “nocos precários”. Gonçalo Reis é ouvido no Parlamento na terça-feira.


Os trabalhadores precários da RTP Porto iniciam na segunda-feira, dia 1 de junho, uma ação de protesto contra o impasse que se verifica no processo de integração de 27 profissionais nos quadros da empresa.

Em 2019, a Comissão de Avaliação Bipartida (CAB) da Cultura já tinha dado parecer positivo à integração nos quadros destes trabalhadores – à exceção de um, por alegada falha no processo de CAB Cultura e RTP –, no âmbito do programa de Regularização de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), mas o contexto pandémico acabou por atrasar as assinaturas dos contratos com o Estado.

Em comunicado, o grupo de precários acusa o conselho de administração da RTP de ter decidido “aproveitar a pandemia, para substituir os precários aprovados para integração, por novos precários”, deixando estes 27 trabalhadores – que colaboram na televisão pública há mais de uma década – em “total abandono”.

“Além da má gestão do dinheiro público, com a contratação de novos precários (através da empresa de falso outsourcing) pelo triplo do custo dos trabalhadores já aprovados no PREVPAP, a falta de experiência dos novos contratados, ou até da criação de nova precariedade na RTP (quando ainda não resolveu a atual), chamamos à atenção para a  situação extremamente premente em que se encontram estes 26+1 profissionais”, lê-se na nota.

Denominado “Vigília Contra a Precariedade”, o protesto tem início às 12h00, no Monte da Virgem, no Porto, e vai durar 27 horas (em referência ao número de trabalhadores envolvidos), servindo “para apelar ao Governo a homologação da decisão da CAB de 2019 e pela resolução do problema do trabalhador negligenciado pela mesma CAB”, refere o comunicado.  “Apelaremos para que o conselho de administração da RTP não desrespeite mais os seus legítimos trabalhadores, exigiremos o reconhecimento dos vínculos e a devolução do nosso emprego”, acrescenta .

A iniciativa vai ainda coincidir com a inquirição no Parlamento, agendada para terça-feira, dia 2 de junho (a partir das 11h00), ao presidente do conselho de administração da RTP, Gonçalo Reis, a pedido do PS, PSD e Bloco de Esquerda, sobre a venda do terreno da antiga estação emissora da RTP em Vila Nova de Gaia.

Precários contestam. Entretanto, está disponível na Segurança Social Direta o formulário para os trabalhadores independentes e sócios-gerentes pedirem o apoio criado no âmbito da pandemia, relativo a maio. O documento pode ser entregue até 9 de junho, mas uma nova frase na declaração está a gerar polémica.

Quem requer o apoio passa a ter de que garantir, sob compromisso de honra, que retomará “a atividade profissional no prazo de oito dias, após a data de reabertura declarada pelo Governo, caso a mesma tenha estado suspensa ou encerrada” devido à pandemia, uma situação que os trabalhadores consideram que não depende dos próprios.

Em comunicado, a plataforma Precários Inflexíveis considera a exigência “irracional e insultuosa”, pois “é necessário que quem anteriormente contratava pretenda retomar” a ligação laboral ou que existam condições para o regresso, no caso de atividades que dependem de receita (como a cultura