No conjunto de artigos que a partir da década de 30 escreve, em diferentes publicações holandesas, francesas, ensaios em alemão, denunciando o nacional-socialismo, reunidos em “Contra a Barbárie” (Gradiva, 2017), Klaus Mann dirige-se a Stefan Zweig, o escritor admirado por uma inteira geração de jovens, o maitre a penser dessa geração, o seu "caro e admirado" Zweig, para lhe dizer que apesar da lentidão da política europeia (e da Sociedade das Nações, ao demorar e protelar o desarmamento, nomeadamente; quer dizer, em demorar a dar visibilidade e expressão a uma clara vontade europeia de paz), é inaceitável o voto da juventude no nacional-socialismo (face ao que considera a compreensão de Zweig perante aquela expressão nas urnas, dos mais jovens, a talvez inábil, mas compreensível, "revolta da juventude" a que alude o prestigiado autor): "o radicalismo não pode, só por si, ser considerado algo positivo"(p.13), "sobretudo quando não tem imaginação e assume comportamentos criminosos".
Os avanços em Genebra dar-se-ão não por causa deste voto, não em função desta "revolta", não motivados por um "pseudonacionalismo pseudo-social", mas apesar dele. "O seu [da juventude] extremismo não representa a expressão de qualquer ideal desiludido porque nunca tiveram nenhum". Um "radicalismo" num "sentido positivo" bem que seria de saudar e acolher, mas "como é que se pode considerar simpático um radicalismo que vai ao ponto de se opor ao pouco que a geração anterior conseguiu construir?" (p.14). Por isso, diz Klaus Mann, "repudio perante si a minha própria geração" (p.15). Não quero compreender essas pessoas, rejeito-as. "A geração de 1902 podia dizer: A guerra – são os nossos pais. Mas o que seria se a geração de 1920 dissesse: A guerra – são os nossos irmãos. Deveríamos então sentir vergonha, no mais fundo de nós próprios, por ter pertencido a uma geração cuja premente necessidade de acção, isto é, cujo radicalismo tivesse feito mudar de rota de maneira tão medonha e se tivesse transformado em algo tão negativo" (p.16).
Uma forma de condicionar tudo e todos, na Alemanha nazi, será acusar qualquer associação, escola, universidade de promover o "bolchevismo cultural". Conceito sem qualquer precisão ("o grotesco (…) em função da sua total imprecisão"), sem, sequer, qualquer preocupação de ser preenchido, transforma-se em fácil acusação para encerrar qualquer espaço no qual o pensamento livre fosse possível. "O que é necessário [para qualquer associação ou escola ser conectada com o 'bolchevismo cultural'] é estar relacionado com a cultura, a qual é, por si própria, um motivo de suspeita" (p.18, artigo de 1933). "Seja lá o que for, merece morrer porque é «antialemão», «refractário», «judaico-analítico», desprovido de respeito pelas velhas tradições (tais como corporações de estudantes e desfiles militares), insuficientemente ligado à terra, insuficientemente «dinâmico» e, por esse motivo – e esta é, de todas as acusações, a mais terrível -, «pacifista»! O bolchevique cultural entende-se com a França, os Judeus e a União Soviética. É, simultaneamente, marxista e anarquista (mete-se tudo no mesmo saco). Todos os dias recebe dinheiro dos franco-maçons, dos sionistas e de Estaline. Tem que ser exterminado." (pp.18-19)
Das escolas e universidades liberais encerradas, neste novo modo de vida que procurou impor-se, de sobremaneira, em âmbito de educação da juventude, passar-se-ia, por certo, ao desancar das editoras liberais presentes no mercado – efeito mais moroso por a nova clique dirigente ter pouca sensibilidade para a matéria (escrevia o filho de Thomas Mann). Neste contexto, "eminentes sábios judeus foram impedidos de exercer livremente as suas funções por uns sujeitos sem qualquer outro mérito nesta Terra que não o de pertencer à raça ariana, e até mesmo isso carece de demonstração" (p.21). Em um exemplo paradigmático, "quando Albert Einstein, a quem confiscaram todos os bens e que renunciou à nacionalidade alemã, apresentou a sua demissão na Academia, esta respondeu ao sábio mais célebre da Alemanha que não tinha razões para lamentar a sua partida" (p.22). Houve livros praticamente interditos, como “Sucesso” e “A guerra dos judeus”, de Lion Feuchtwanger, e outros queimados: "os livros do poeta satírico Kastner foram queimados na praça do mercado de uma aldeia" (p.23). Os mais prestigiados escritores alemães no estrangeiro, como Zweig, os irmãos Mann, Bruckner ou Brecht "são mal vistos pela nova Alemanha e figuram nas listas negras" (p.23). Man é qualificado como "escrevinhador" (p.24). Em síntese: "já não existe imprensa alemã, toda a liberdade de expressão, mesmo a mais modesta, é reprimida com um radicalismo notável (…) Os jornais dos partidos de esquerda foram todos interditos, como toda a gente sabe. A «grande imprensa liberal» está vendida ou, se isso ainda não tiver acontecido, é obrigada a tocar a trombeta do fascismo (nem mesmo o boicote anti-semita suscitou uma palavra de crítica). (…) Os jornais do governo mentem desde o princípio. Não há nenhum meio de informar as pessoas. As revistas que procuraram conservar uma atitude corajosa e um nível elevado até ao fim – Tagebuch e Weltbuhne – foram, evidentemente, interditas. Os respectivos editores fugiram ou estão presos. Os jornais católicos não estão em melhor situação. (…) Os teatros vêem a parte essencial do seu repertório ser determinada por uma «Liga de Combate a Favor da Cultura Alemã» (…) Os directores judeus e todos aqueles que não são considerados politicamente irrepreensíveis são obrigados a partir (…) quando não são violentamente espancados, como ocorreu com o director Barnay (…) O talento como actores também não permite aos comediantes judeus alemães voltar a estar em cena num teatro alemão (…) A rádio (…) tornou-se o instrumento de propaganda do regime. Os locutores ou autores judeus foram expulsos (…) O cinema é outro instrumento de propaganda muito importante. Arruinaram as empresas produtoras judias (…) Não se recua sequer perante a profanação da música, a arte com a qual os alemães têm a relação mais sentimental e mais respeitosa. Alguns dos maiores dirigentes de orquestra alemães são judeus. Doravante vão ter que trabalhar no estrangeiro (…) O que se passa com a pintura não é, evidentemente, diferente do que se passa nos outros domínios culturais. Também ali a palavra de ordem é: fim dos experimentalismos (…) A Alemanha que renasce tem um forte pendor para o kitsch. (…). Desconfiam ainda mais das tendências modernistas na arquitectura." (pp.26-32).
Decretada a literatura marxista e as mulheres fumadoras como algo intrinsecamente imoral, bastou o protesto dos fabricantes de tabaco, o murro na mesa da indústria, para se alterar a regra: "o ponto de vista comercial é e continua a ser essencial, se não mesmo determinante, até sob o Terceiro Reich, ou principalmente sob o Terceiro Reich" (pp.42-43). Os nazis têm a "coragem do cinismo mais completo" (p.44) de que é principal ilustração continuarem a distribuir, às centenas de milhares, “Mein Kampf” e, ao mesmo tempo, fazerem declarações pela paz: a única semelhança entre ambos é "a mediocridade do estilo" (p.44). O mesmo se diga quanto ao facto de deixarem sair (emigrar) todas as personalidades, os grandes vultos da cultura, por serem judeus e, simultaneamente, quererem o comércio destes (quando vêem a colecta dos impostos diminuir, p.45): "os adoradores de Wotan tornam-se cristãos quando é mais cómodo para eles, os adoradores da guerra são os amigos da paz, os revolucionários são reaccionários ou o inverso. Nesta bolha gelatinosa de mentiras e de confusão deliberada e perniciosa, há só uma tendência que fica clara e sem apelo nem agravo: a sua sede de poder, que cresce de maneira alucinante. Em nome do poder, eles estão dispostos a trair todas as teorias de que se servem para chegar ao topo" (pp.46-47). Estamos, em realidade, em "uma ditadura brutal, imposta por homens incultos, por fanáticos ou por oportunistas vulgares"(p.50). Os que não quiseram "trair as suas convicções" tiveram que abandonar a Alemanha, cerca de 100 mil, como Klaus. "A palavra pátria tornou-se para nós uma utopia"(p.55). Esses emigrados foram recebidos com bondade e amizade – mas, também, com certa desconfiança por partes da população dos países de acolhimento que se identificavam com o militarismo ou o anti-intelectualismo vigentes na Alemanha: "Instalamo-nos algum tempo num qualquer lugar – depois somos novamente expulsos; não estamos em casa em lado nenhum, somos apenas tolerados em todo o lado" (p.56) -, lá em nações onde "a aberração do racismo" não tinha sido erigida a doutrina do Estado. Ali, onde houve a imaginação (moral) que faltou a tantos na Alemanha, para perceberem o estado do outro (quando não tinham passado pela mesma situação, imaginação que mesmo para homens inteligentes pareceu não estar disponível, reservada, afinal, a poetas que por hábito ou ofício os reconheciam em pele como se a sua fosse), o outro emigrado sem possibilidades de regressar a casa, todas as pontes cortadas na denúncia de uma barbárie sem remissão. E o que significou a emigração para um intelectual como Klaus Mann? "Tentem compreender a emigração como aquilo que ela é, acima de tudo, para um intelectual: um destino intelectual, uma missão intelectual, uma escola muito rude, da qual todos os que por ela passam saem endurecidos, mais maduros, talvez melhores do que eram antes. Nós impusemo-nos esta rude escola a nós mesmos – não por ligeireza nem por arrogância presunçosa, mas para salvaguardar a nossa dignidade de homens e porque o nosso amor pela Alemanha nos tornava insuportável assistir ao seu aviltamento; porque o nosso amor pela Europa nos torna sensíveis ao perigo que essa Alemanha representa para a paz dos povos" (p.57). Para Klaus Mann, há duas Alemanhas: as dos grandes pensadores, poetas, músicos maiores – sempre universalistas, escutando e lendo o que de melhor se publica extra-muros para na Alemanha o acolher/apropriar, e uma Alemanha fechada em si, egoísta, de ódio pelo diverso e esta, pelo menos temporariamente, ganhava. Nenhum grande autor alemão reclamou, ou vociferou slogans como “a Alemanha é melhor do que os outros países”; “a Alemanha deve reinar sobre os outros países”: "só os generais alemães é que assim falaram"(p.62). Hitler e seus nazis inserem-se, evidentemente, nesta linhagem. Eles concentram o fanatismo de Lutero – sem o seu génio; o desejo de hegemonia de Bismarck, sem a sua envergadura e superioridade intelectual; a histeria, o estilo tumultuoso, o orgulho e a agressividade de Guilherme II – sem o sem encanto pessoal e maneiras cultas (p.68). Quer dizer: "os nazis não inventaram, eles próprios, coisa nenhuma: limitaram-se a ir buscar a vários pensadores e estadistas tudo o que eles tinham de pior" (p.68). E a que autores se refere Klaus Mann como tendo sido apropriados pelos nazis? "A filosofia de Hitler, de Rosenberg e de Goebbels é uma mistura turva de elementos mal assimilados, tirados de Maquiavel e de Marx, de Fichte e de Nietzsche, de Gobineau e de Chamberlain, de Sorel, de Hegel, de Lenine e de Stefan George". Na verdade, "os nazis roubam ideias ou fragmentos de ideias em todas as filosofias do mundo e servem-se delas como slogans demagógicos"(p.69). São, porém, lógicos/coerentes naquilo que negam: "a recusa da grande herança intelectual da Antiguidade greco-romana e do cristianismo, isto é, das tradições em que se baseia a cultura do homem branco" (p.69). E porque é que os nazis rejeitam a herança clássica e cristã? "Os gregos elaboraram o conceito de dignidade humana, que inclui as noções de liberdade e cultura. Só o homem livre, o homem pensante e culto merece o nome de homem. O cristianismo, por seu lado, trouxe as ideias de compaixão e de amor ao próximo. Amai-vos uns aos outros, ensina o cristianismo. E também: sóis todos iguais perante Deus. Os homens formam uma comunidade, uma família, porque são todos filhos de Deus e foi todos eles que morreu Jesus Cristo, o Salvador. Quais são as duas ideias que os nazis mais detestam e desprezam? As ideias grega e cristã, as duas ideias europeias por excelência. A ideia de democracia é uma herança da Antiguidade greco-romana e está de acordo com a doutrina cristã. O "Estado racial" que os nazis pregam – a ideia de excelência de uma raça eleita, a pretendida raça «nórdica» – é anticristã e antieuropeia" (pp.69-70). A ideia de "raça pura" apregoada pelos alemães (como presente nos alemães) é, "aliás, cómica" (p.70), "porque (…) a raça deles (…) sofreu várias misturas" (p.70). Os alemães social-democratas, socialistas e católicos no exílio deviam pensar bem nos erros da República de Weimar que acreditou, ingenuamente, que com os nazis se podia avançar, utilizando argumentos, quando estes só entendiam a linguagem da força.
Apesar do anti-semitismo estar disseminado por diferentes nações, precedendo historicamente o nazismo, Klaus Mann faz notar que não se tratava, na Alemanha, de erupções espontâneas dos populares e, bem assim, que antes de Hitler os judeus alemães viviam muito melhor do que os seus pares na Rússia czarista, por exemplo. Mas mais: que o ódio aos judeus queria dizer ódio a todo o espírito de tolerância, fraternidade, a qualquer ideal de compaixão e de elevação, no fundo, repulsa a todas as grandes tradições que enformavam o espírito europeu. A melhor maneira de descrever os nazis tinha sido esculpida por um ex-nacional socialista, entretanto dissidente, Hermann Rauschning, que falou, em célebre título de um livro, em "Revolução niilista" [seria disto que se tratava com o nazismo]. Enquanto os britânicos querem conquistar para melhorar o seu nível de vida, os nazis querem conquistar apenas para mostrarem quem é o amo, o senhor, o dominador – mesmo que a miséria em casa prossiga. O império do pessimismo é instalado e a revolução do niilismo nada representa para além da morte (nem revolucionário nem conservador…nem nada: assim (não) é o nazismo) (p.81).
A importância da tolerância numa época de intolerância implicou, para quem formado nesses princípios, a dura aprendizagem de que em política o princípio do "mal menor", por vezes, é certo, e de que o "espírito de tolerância" é compatível com o "espírito de luta" – que não com o do "cobarde espírito de compromisso" (p.85, pense-se, à época, nos que se renderam a Hitler, entre os dirigentes mundiais com a doutrina do apaziguamento). Assim, Mann está ao lado dos Aliados, não pelo seu Imperialismo, mas apesar deste, e porque, não garantindo a vitória destes uma ordem (internacional) justa, esta não se imporá sem a vitória daqueles (p.85). A vitória dos Aliados era, pois, condição necessária, ainda que não suficiente, para um futuro mundial em que uma ordem justa imperasse.
Um dos últimos escritos de Mann, reunidos neste conjunto de ensaios, surge após a morte de Hitler: "Não era um grande homem. De maneira nenhuma. E teve, no entanto, um enorme poder. Embora lhe faltasse nível e não tivesse génio, conseguiu aterrorizar um continente inteiro e desafiar a civilização" (p.86). Governou a Alemanha durante 12 anos e 24 dias – embora se gabasse de que o Reich duraria pelo menos 1000 anos. A rádio anunciou a sua morte a 1 de Maio de 1945. "Incrível é o termo certo (…) As gerações futuras vão ficar espantadas e chocadas com esta saga de crime e loucura. Talvez fosse desejável que o Terceiro Reich e os seus dirigentes sobrevivessem aos próximos mil anos, a título de lição e advertência. Como é que semelhante coisa foi possível?" (p.87). Um "clown neurótico" teve uma "fantástica e sinistra carreira" e as gerações vindouras irão tentar desvendar este mistério (p.88). Mas não o decifrarão com recurso à leitura do “Mein Kampf”: conjunto de "clichés nacionalistas", sem "qualquer ideia original"(p.88); obra na qual se percebe, perfeitamente, que Hitler "maltrata tanto a língua alemã como [maltrata] os seus adversários políticos" ("a única coisa que Mein Kampf prova é a ignorância e arrogância do seu autor", p.88).
Klaus Mann assume na primeira pessoa, como, não lhe dizendo o nome de Hitler grande coisa nos anos 20, o foi observar, por "pura curiosidade", numa "taberna de Munique"(p.89), concluindo negativamente quanto ao talento de oratória: "tinha uma voz rouca e desagradável; falava alemão com a pronúncia de um provinciano austríaco que pretendia passar por «culto»; o que dizia não tinha sentido. Gritando e gesticulando como se vivesse em estado de permanente raiva, não cessava de proferir acusações absurdas, sempre as mesmas, contra algumas nações, contra grupos religiosos, partidos políticos e governos estrangeiros. O núcleo duro daquela arenga pomposa era uma dupla afirmação, que consistia em dizer que a Alemanha não tinha perdido a guerra, fora, isso sim, privada da sua vitória por traidores que tinha feito intrigas contra ela e que ele, orador, havia sido escolhido pela Providência para estabelecer a grandeza e a glória da pátria. Era um espectáculo aflitivo. O único aspecto notável em tudo aquilo era a reacção do público. Levavam-no a sério" (p.89). Anos mais tarde, o desenhador inglês David Low diria sobre Hitler: "Não vale a pena fazer a caricatura dele, porque ele próprio já o é" (p.92).
A cor de pele era "pálida", o olhar "fixo e sombrio", engolia quantidades de bolo impressionantes, era ávido por coisas com açúcar, possuía um egocentrismo desmedido. "Os junkers e os industriais alemães viram em Hitler o líder da «revolução conservadora – aquele homem tinha a capacidade e a vontade necessárias para os ajudar a conservar ou aumentar os seus privilégios e impedir o progresso social" (p.93). Os alemães podiam-no ter mandado embora, mesmo depois do erro de o elegerem, e os europeus podiam-no ter impedido de agir, mas deixaram-no andar, por inércia. Só uma solidariedade internacional e uma organização de paz à escala mundial poderão impedir que Hitler se repita, escrevia Klaus Mann. E isto, porque Hitler não era "um super-homem diabólico nem um génio do mal" (p.96); "era apenas um homem dotado de uma maldade pouco comum e um pouco de louco. Não era um grande homem" (p.96).
Apesar de ter invocado a superioridade dos grandes artistas, na Alemanha universalista (face a uma, outra, Alemanha tacanha), a realidade é que o último artigo publicado em “Contra a barbárie” é dedicado a três entrevistas com três intelectuais que sucumbiram, flirtaram, aderiram ou aproveitaram com o nacional-socialismo, nunca tendo emigrado ou denunciado o regime. Um deles, o compositor Richard Strauss, "um génio, mas sem consciência moral".