Di Pace. Até as fintas pareciam demasiado azuis…

Di Pace. Até as fintas pareciam demasiado azuis…


Um dos maiores jogadores da história do Belenenses ficou marcado pela tarde de 24 de abril de 1955, quando correram lágrimas nas Salésias.


Há uma espécie de nostalgia argentina na história do Belenenses e essa nostalgia prende-se com a chegada, em 1939, de Alejandro Scopelli Casanova, um platense puro (nasceu em La Plata em maio de 1908), avançado que fizera furor no Estudiantes antes de vir para a Europa, onde jogou na Roma, no Red Star e no Racing (ambos de Paris). A ii Guerra Mundial devastava o centro do Velho Continente, e Scopelli escolheu Portugal para sobreviver. Trouxe consigo para Belém mais três compatriotas: Horacio Tellechea, Oscar Tellechea e Tarrío. Jogou apenas uma época; depois tornou-se um treinador moderníssimo para a época, aplicando na equipa o WM de Herbert Chapman, do Arsenal, e as marcações homem a homem.

Scopelli escancarou os portões azuis aos jogadores argentinos. E foram muitos os que por eles entraram. Mas, provavelmente, nenhum tão dotado, tão artístico como Miguel Andrés Di Pace Vuotto, natural de Balcarce, onde nasceu a 31 de agosto de 1926. Aos 27 anos, desembarcou em Lisboa. Vinha precedido de uma fama assassina – assassina porque quem a carrega como um fardo sobre os ombros sabe que não tem o direito de cometer o mais pequeno dos erros. E Di Pace cometeu um erro logo de entrada. Ele próprio contaria, numa dessas maravilhosas publicações, a Crónica Desportiva: “A minha estreia pelo Belenenses foi o pior possível! Num jogo contra o Barreirense, para a Taça de Portugal, no nosso campo. Fomos eliminados e senti-me terrivelmente”. A época era a de 1953/54. Ainda assim, Di Pace cumpriu um total de 25 jogos e marcou três golos. Ficaria em Belém até 1958. Seria adorado pelos adeptos e incensado pela imprensa. Mas precisou de paciência.

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