À conversa com dois fãs de Madonna

À conversa com dois fãs de Madonna


Não é difícil conhecer-se alguém que é obcecado pela rainha da pop. O i esteve à conversa com dois fãs de Madonna para perceber como começaram as suas coleções.


Com uma carreira que se expande por quatro décadas, não será novidade nem surpresa para ninguém que Madonna, a artista do sexo feminino com maior número de vendas de sempre, reúna à sua volta uma legião de fãs gigantesca, fãs cuja obsessão se expressa para lá da música e da ida a concertos. Muitos deles expressam a sua devoção através de megalómanas coleções de tudo o que estiver relacionado com a autora de Confessions on a Dance Floor.

A prova é que há um ano e meio, nas semanas seguintes a o b,i. (vendido com o SOL) ter dedicado uma edição aos 60 anos de Madonna, à redação começaram a chegar pedidos para o envio de exemplares dessa edição para várias partes do mundo – até para a Bulgária. Amilton José Laurentino, brasileiro que vive em Portugal desde 2000, foi um deles.

Agora, a propósito dos concertos que Madonna inicia no domingo no Coliseu dos Recreios, voltámos a entrar em contacto com alguns deles. Amilton respondeu de volta e acedeu ao pedido para partilhar parte da sua coleção.

Para ele, tudo começou em 1984, ano em que Madonna lançou o álbum Like a Virgin. Foi quando viu pela primeira vez na TV brasileira um vídeo de uma rapariga que o deixou “encantado”. A rapariga era Madonna. “Era o vídeo da canção Borderline, de 1983, do primeiro disco, chamado Madonna. Desde o primeiro contacto visual, a paixão segue até hoje”.

Já para Paulo J. M. Silva, natural de Moçambique, o gatilho foi a música que gerou a discussão dos primeiros minutos de Reservoir Dogs (1992), de Quentin Tarantino. “Comecei a ouvir Madonna desde muito novo, [fiquei fã] desde que ouvi o Like a Virgin. Foi uma das músicas que mais me marcaram”. Tanto que o vinil deste disco foi inclusive a primeira compra que fez relacionada com a cantora.

A sua coleção, que nasceu em 1991, quando já estava a residir em Portugal, conta hoje com mais de 120 itens, entre LP, singles e vinis, livros biográficos como Madonna: 50 anos, de Lucy O’Brien, e A Vida com a Minha Irmã Madonna, de Christopher Ciccone, ou números de revistas em que Madonna foi capa que foi colecionando ao longo dos anos.

O primeiro objeto que Amilton adquiriu de Madonna foi o seu primeiro álbum. Comprou-o em vinil em 1984, quando ainda vivia no Brasil. Hoje possui na sua coleção mais de mil objetos, todos catalogados no site Madonna Discography, onde fãs podem registar todos os lançamentos físicos que possuam da cantora. Neste site podemos ver que o luso-brasileiro, como não podia deixar de ser, já adquiriu o mais recente registo de Madonna, Madame X, em nada mais nada menos do que 12 edições diferentes.

Apesar de considerar que todos os objetos possuem bastante valor pessoal, destaca a edição especial do álbum de 1994 Bedtime Stories, versão vinil Double Pink DJ Pressing. O site Discogs, que compila informações sobre discos e onde se pode inclusive adquiri-los, avalia o seu valor entre 90 e 325 euros.

Atualmente, Amilton vive na freguesia de São Cristóvão, em Évora, rodeado pelo templo que vem construindo em honra da sua artista preferida. Há uma linha retirada do seu valioso álbum, Bedtime Stories, da faixa Human Nature, onde Madonna Louise Ciccone confessa: “I have no regrets”. Como fã incondicional da rainha da pop, na descrição do seu perfil no Madonna Discography escreve que “se pudesse voltar atrás, voltava a fazer tudo de novo”.