Os quatro mosqueteiros


Um dia tinha de ser, haveria de chegar a hora da despedida ao portão da escola, o caminho a seguir a sós, num mar de tubarões com a mesma tabuada aprendida, o mesmo pelo na venta e semelhante queda para curvas sem quedas e retas aceleradas até onde permita a física dos números e a…


Red Bull MotoGP Rookies Cup, eis senão o momento, o local, o passo sem medo, o sonho guardado agora em hora de desafiar.

Dinis Borges, Rafael Damásio, Kiko Maria, três portugueses de Portugal, e Pedro Enrique Fraga, um português de Valladolid, e que não se amofinem por assim vos dizer, é menino feito e crescido na Oliveira Cup, e essa é do Miguel e do Paulo Oliveira e bem sabemos todos o quanto ali vai de Portugal e de todos nós.

Dinis, Rafael, Francisco e Pedro, quatro nomes, quatro miúdos quase graúdos, quatro pequenos homens já, se olharmos ao batalhado e entregue numa adolescência feita de escolhas e desafios, por um caminho onde o destino vai peneirando os eleitos à presença nos altares de missas maiores.

Tudo lhes começou um dia, um esquisito dia com conjugações improváveis, eu diria.

Primeiro aquele chamamento, a pequena noiva em seu vestido de suspensões e carenagens, acenando impudica, chamando à liberdade voada em acelerações e travagens, num namoro

feito de perigos, tentativas, quedas e choros, de equações decifradas entre ângulos de inclinação nas curvas e retas aproveitadas até à travagem no limite.

Depois, não menos estranho, um pai e uma mãe que, olhando ao endiabrado petiz que era o seu, ou a sua, sorriram vá lá saber-se porquê, e nunca mais nada seria o mesmo, nem as curvas, nem as corridas, nem os dias de ninguém em sua volta.

Tudo começou no preciso momento em que a resposta a uma pequena aventura foi um dom. Poderia ter sido um desenho, uma composição, uma cantiga no timbre ou uma dança de acertados passos.

Não foi.

Foi uma liberdade de adulto voada nas mãos de meninos com pressa. E com vagar. Rápidos de sexta a domingo e ponderados em tão tenra idade.

Quis o calendário que esta prova Rookies Cup tivesse lugar à mesma terça-feira em que vos apareço por aqui, é assim e pronto, não poderei por aqui escrever se e qual dos nossos protegidos foi mais além, mais acima, mais rápido e mais longe.

Mas de uma coisa estou certo, Dinis, Rafael, Kiko e Pedro terão tido o apoio, por ali e à distância, de um cada vez maior e mais apaixonado universo de portugueses que aprenderam o caminho até aos seus sonhos.

Desde que iniciei este cantinho, tendo por objetivo levar os voos do Falcão a um mundo de gente que parece ter estagnado na tristeza de um mundo agarrado a bola, bola e apenas bola, desde o mês de dezembro do ano passado que já me foi dada oportunidade de conhecer um mar de gente que hoje enriquece e de que maneira esta minha vertente de adepto de campeões.

Pude recentemente escrever-vos do fantástico e duríssimo mundo de um lutador de MMA, estão na calha para a prosa uma cada vez maior lista de pequenos grandes exemplos de entrega e conquista em seus objetivos. Talvez com alguma surpresa que vai passando a coisa afinal expetável, a cada fim de semana vão aparecendo novos candidatos e candidatas a uma pequena prosa que lhes permita chegar até vós e conquistar-vos a atenção.

Porque se tudo começou um dia, num dom destapado por uma circunstância qualquer, tudo o resto, todos os dias seguintes, toda a paixão foi alimentada a duras penas, a quase impossíveis orçamentos sem apoios, a uma gestão homérica de quedas e falhanços que não poderiam nunca tapar o sol da entrada do dia da vitória.

Esta terça-feira, o longínquo dia de escola com despedida corajosa rumo à solidão, foi premiada com uma visita à faculdade.

Tem de ter corrido bem.

Porque chegar ao palco da luta é para quem sabe lutar.

Parabéns, quatro mosqueteiros.


Os quatro mosqueteiros


Um dia tinha de ser, haveria de chegar a hora da despedida ao portão da escola, o caminho a seguir a sós, num mar de tubarões com a mesma tabuada aprendida, o mesmo pelo na venta e semelhante queda para curvas sem quedas e retas aceleradas até onde permita a física dos números e a…


Red Bull MotoGP Rookies Cup, eis senão o momento, o local, o passo sem medo, o sonho guardado agora em hora de desafiar.

Dinis Borges, Rafael Damásio, Kiko Maria, três portugueses de Portugal, e Pedro Enrique Fraga, um português de Valladolid, e que não se amofinem por assim vos dizer, é menino feito e crescido na Oliveira Cup, e essa é do Miguel e do Paulo Oliveira e bem sabemos todos o quanto ali vai de Portugal e de todos nós.

Dinis, Rafael, Francisco e Pedro, quatro nomes, quatro miúdos quase graúdos, quatro pequenos homens já, se olharmos ao batalhado e entregue numa adolescência feita de escolhas e desafios, por um caminho onde o destino vai peneirando os eleitos à presença nos altares de missas maiores.

Tudo lhes começou um dia, um esquisito dia com conjugações improváveis, eu diria.

Primeiro aquele chamamento, a pequena noiva em seu vestido de suspensões e carenagens, acenando impudica, chamando à liberdade voada em acelerações e travagens, num namoro

feito de perigos, tentativas, quedas e choros, de equações decifradas entre ângulos de inclinação nas curvas e retas aproveitadas até à travagem no limite.

Depois, não menos estranho, um pai e uma mãe que, olhando ao endiabrado petiz que era o seu, ou a sua, sorriram vá lá saber-se porquê, e nunca mais nada seria o mesmo, nem as curvas, nem as corridas, nem os dias de ninguém em sua volta.

Tudo começou no preciso momento em que a resposta a uma pequena aventura foi um dom. Poderia ter sido um desenho, uma composição, uma cantiga no timbre ou uma dança de acertados passos.

Não foi.

Foi uma liberdade de adulto voada nas mãos de meninos com pressa. E com vagar. Rápidos de sexta a domingo e ponderados em tão tenra idade.

Quis o calendário que esta prova Rookies Cup tivesse lugar à mesma terça-feira em que vos apareço por aqui, é assim e pronto, não poderei por aqui escrever se e qual dos nossos protegidos foi mais além, mais acima, mais rápido e mais longe.

Mas de uma coisa estou certo, Dinis, Rafael, Kiko e Pedro terão tido o apoio, por ali e à distância, de um cada vez maior e mais apaixonado universo de portugueses que aprenderam o caminho até aos seus sonhos.

Desde que iniciei este cantinho, tendo por objetivo levar os voos do Falcão a um mundo de gente que parece ter estagnado na tristeza de um mundo agarrado a bola, bola e apenas bola, desde o mês de dezembro do ano passado que já me foi dada oportunidade de conhecer um mar de gente que hoje enriquece e de que maneira esta minha vertente de adepto de campeões.

Pude recentemente escrever-vos do fantástico e duríssimo mundo de um lutador de MMA, estão na calha para a prosa uma cada vez maior lista de pequenos grandes exemplos de entrega e conquista em seus objetivos. Talvez com alguma surpresa que vai passando a coisa afinal expetável, a cada fim de semana vão aparecendo novos candidatos e candidatas a uma pequena prosa que lhes permita chegar até vós e conquistar-vos a atenção.

Porque se tudo começou um dia, num dom destapado por uma circunstância qualquer, tudo o resto, todos os dias seguintes, toda a paixão foi alimentada a duras penas, a quase impossíveis orçamentos sem apoios, a uma gestão homérica de quedas e falhanços que não poderiam nunca tapar o sol da entrada do dia da vitória.

Esta terça-feira, o longínquo dia de escola com despedida corajosa rumo à solidão, foi premiada com uma visita à faculdade.

Tem de ter corrido bem.

Porque chegar ao palco da luta é para quem sabe lutar.

Parabéns, quatro mosqueteiros.