Globos de Ouro com a maior audiência dos últimos 15 anos

Globos de Ouro com a maior audiência dos últimos 15 anos


As audiências da SIC têm subido e os valores registados nos Globos de Ouro são prova disso. Já a TVI cai há oito meses consecutivos.


A 24.a Gala dos Globos de Ouro, transmitida este domingo pela SIC, foi um sucesso. Prova disso são os 31,9% de share e 14,4% de audiência média. Os dados foram avançados pela SIC ao i e significam que, durante a transmissão do evento, 1 364 600 telespetadores estiveram em frente ao televisor.

Em termos de quota de mercado, a SIC garante que “já não liderava a concorrência de uma forma tão avassaladora desde 2011”, uma vez que esteve à frente da TVI em 20 pontos percentuais.

Os dados avançados pela SIC vão ao encontro dos da CAEM/GFK, que revelam que a gala dos Globos de Ouro arrasou nas audiências, tendo alcançado o maior número de telespetadores dos últimos 15 anos – uma vitória que ganha ainda mais força quando se compara com o resultado do ano passado, em que a gala registou o pior resultado de sempre.

Segundo a CAEM/GFK, apesar de os 31,9% de share não corresponderem a um máximo na quota de mercado, eles significam um grande crescimento face ao ano anterior.

Já o momento mais visto pelos portugueses diz respeito à entrega do Prémio de Melhor Canção, entregue a Carolina Deslandes com a música A Vida Toda: 16,6% de audiência média e 33,8% de share.

E, durante o dia de domingo, este não foi o único programa em que a SIC mostrou liderança, uma vez que esteve à frente na transmissão do programa Passadeira Vermelha e do Jornal da Noite.

A SIC acrescenta que “nos targets comerciais, a gala do ano também liderou, no universo dos canais generalistas, com 30,2% e 30,7% de share, respetivamente”.

Campeã desde fevereiro A SIC tem sido, durante todo este ano – à exceção de janeiro –, a campeã das audiências. Não é novidade que a estação de Carnaxide tem estado em expansão desde a contratação de Cristina Ferreira e os números são a verdadeira prova disso. É que desde janeiro – mês em que a apresentadora se estreou nas televisões dos portugueses pela SIC –, as audiências têm disparado e, a partir de fevereiro, o canal nunca mais saiu da liderança, sendo o fosso entre as duas estações privadas cada vez maior: na audiência média acumulada desde o início deste ano, a SIC está 14% acima da TVI.

Assim, e feitas as contas – e através de dados oficiais da CAEM/GFK, Mediamonitor/Yumi Total TV, com dados até 25 de setembro –, a SIC atrai cerca de 362 mil telespetadores por minuto, um número superior ao da TVI, que consegue chegar aos cerca de 310 mil telespetadores.

Já no que diz respeito ao share, a SIC volta a registar um acumulado superior: desde o início deste ano, o valor é de 19,03%. Já a TVI regista um share acumulado inferior – 13,90% –, estando muito próxima da RTP, que chegou aos 12,03% de share.

Os 5% de diferença de share entre os dois privados, sabe o i, estendem-se ao período comercialmente mais atrativo, ou seja, o prime-time.

Os valores têm piorado para a estação de Queluz de Baixo todos os meses desde janeiro. Se, em janeiro e fevereiro, a diferença média de espetadores por minuto entre os dois canais era muito pouco significativa, nos últimos meses, a margem agravou-se. Como exemplo, usemos o mês de agosto: a TVI contou com uma média de pouco mais de 254 mil telespetadores por minuto, enquanto a SIC registou mais de 356 mil.

Apostas da SIC Pouco se sabia do que estava a ser preparado nos bastidores até ao momento em que Cristina Ferreira surgiu nos ecrãs da estação de Carnaxide – as mudanças mantidas em suspense eram uma surpresa e parecem ter dado frutos. Mas a verdade é que a apresentadora da Malveira tem sido líder de audiências nas manhãs. E o facto de os telespetadores mudarem para a SIC para verem Cristina Ferreira faz, em muitos casos, com que se mantenham nesse mesmo canal mesmo quando a apresentadora não está no ar.

António Salvador, presidente do conselho de administração do Grupo GFK, explica ao i que “as alterações que a SIC promoveu levaram a que melhorasse muito as suas audiências”.

“Em televisão, aquilo que um faz influencia o que os outros fazem, independentemente da qualidade com que o fazem. As pessoas têm de fazer opções, têm um determinado tempo, uma determinada disponibilidade que preenchem de acordo com aquilo que lhes parece ser mais interessante”, adianta.

No seu entender, essas opções não tiram qualidade aos canais prejudicados. “Isto não significa que a TVI não tenha bons programas ou que seja pior. Tem a ver com opções. E há muitas que provocam essas variações. Tirando fatores que são muito claros como o futebol, em que um jogo grande prende a atenção de uma forma muito significativa, tudo o resto é muito influenciado por aquilo que os média dizem, por aquilo que aparece na comunicação”, acrescentou.

A verdade é que ambos os canais privados tem lutado com o objetivo de fazer parte das preferências dos portugueses, fazendo apostas cada vez mais fortes, algumas delas milionárias. Mudam-se os rostos e multiplicam-se as alterações nas grelhas de programação.