‘’Temos obrigação de não permitir que as nossas Forças Armadas tenham menor qualidade do que outras Forças Armadas” (João Gomes Cravinho, Ministro da Defesa Nacional) -13-maio-2019.
Temos para nós que, quando alguém que desempenha um cargo político de relevo, faz uma declaração pública, tem que assumir, desde logo, as consequências das suas afirmações, e, sobre tudo, a expectativa que cria em todos aqueles que, como nós, dedicaram mais de 40 anos consecutivos às Forças Armadas, com lealdade, esforço e dedicação, com zero faltas.
Quer isto dizer, que queremos acreditar que “isto” não é propaganda eleitoral, e que, de facto, o ministro esta a falar a sério.
Então vamos ter a reposição do Serviço Militar Obrigatório, mais e melhores condições, para todos aqueles que ingressarem nas fileiras, militares e civis, e, também uma preparação séria, exclusivamente de acordo com os objectivos e finalidades das Forças Armadas, e não de acordo com projectos pessoais e partidários de alguns generais, do Exército, como já aconteceu, no passado, prejudicando a eficácia operacional do Exército, só por pura perseguição pessoal e política, sem que nada tivesse acontecido.
As perguntas que aqui deixamos ao novel ministro, são estas: quem é que controla aquilo que o ministro diz?. Será auto-controlo?, ou seja, “vigiam–se” a si próprios?, ou deverá haver avaliação externa?.
Em Sociologia da Comunicação aprende-se que quando um ministro faz uma comunicação pública, já deve ter estudado todas as respostas, para as perguntas possíveis que, obviamente, serão feitas! Caso assim não seja o ministro terá que contratar um novo assessor para a comunicação social.
A capacidade operacional, através do estudo da Investigação Operacional, das condicionantes geopolíticas, das Alianças e Tratados Militares e Diplomáticos, as capacidades financeiras e logísticas, além, e, sobre tudo, dos Recursos Humanos, para culminar na definição clara e precisa do “conceito estratégico de defesa nacional”, do qual, inclusivé, depende o tipo de armamento a encomendar, e o número necessário de operacionais no terreno, são conhecimentos essenciais a ter em conta na avaliação da Operacionalidade das nossas Forças Armadas.
Ora é isto tudo, e não só, que o ministro da Defesa tem que ter em conta, quando faz um “aviso” público, como fez a todos aqueles que estão acomodados aos lugares, numa rotina enfadonha e que vivem o seu dia-a-dia, como “Bur(r)ocratas” das 9 às 17, sem qualquer entusiasmo por aquilo que fazem, sem perceberem que têm uma das mais importantes, imprescindíveis e dignas missões, de qualquer Nação, ou seja, conservar o seu Território, População e Governo, para constituir um País, isto é, uma Nação Organizada, Soberana, Livre e Democrática, com coesão social e sem esquecer, com uma “Comunidade de Sonhos para o Futuro”, como nos ensinou Malraux.
Assim sendo, Senhor ministro, julgamos que contará certamente com todos os portugueses que anseiam por isso, desde sempre.
A grande questão que se coloca hoje, a qualquer governante, além da competência é, sobre tudo, a independência para poder decidir, em consciência, e depois aplicar na prática, ou seja, executar o seu Programa.
É evidente que a escolha dos Recursos Humanos, é essencial e, neste caso, determinante já que a Instituição Militar ainda está muito “Perturbada” (desde o 25 de Abril), pois ainda não recuperou a sua total independência, ainda não se liberou de certas “cargas” ideológicas, para se concentrar, exclusivamente, no seu trabalho profissional que sempre foi de grande qualidade.
Temos esperança que isto venha a ser uma realidade, “A BEM DA NAÇÃO”.
Sociólogo
Escreve quinzenalmente