Líbia. Caça de suposto piloto português abatido por forças de Haftar

Líbia. Caça de suposto piloto português abatido por forças de Haftar


O prisioneiro disse chamar-se Jimmy Reis e ser um mercenário encarregue de bombardear estradas.


Um alegado mercenário português foi capturado após o caça que pilotava ser abatido pelo Exército Nacional Líbio (ELN), comandado pelo general Khalifa Haftar. O homem disse chamar-se Jimmy Reis, ser oriundo de Portugal e ter 29 anos. Questionado sobre o que estava a fazer na Líbia, Jimmy respondeu que estava a “destruir pontes e estradas” e que  tinha sido contratado por uma empresa militar privada – não se sabe qual. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram-no a sangrar profusamente, enquanto é tratado e interrogado ao mesmo tempo.

Continua por se saber quem é este homem, se Jimmy Reis é sequer o seu verdadeiro nome, ou que estava a fazer na Líbia a pilotar um Mirage. As redes sociais do ELN mostram o seu rosto na totalidade – algo proibido pela Convenção de Genebra – identificando-o como um mercenário a soldo das forças do primeiro-ministro Fayez al-Sarraj, líder do Governo sediado em Tripoli, reconhecido pelas Nações Unidas – que está em guerra aberta com as forças de Haftar. Um porta-voz do ELN afirmou ao The Independent que Jimmy “está seguro [e a ser] tratado devido às feridas causadas pela colisão”. Caso se confirme que se trata de facto de um português, não será o primeiro a lutar pelo Governo de Tripoli, como foi o caso de Joe Horta, que morreu quando o seu Mirage se despenhou na Líbia em 2016.

Entre uma profusão de informação falsa, a televisão Al Arabyia noticiou que o suposto português faria parte da Operação Sophia, encarregue do combate à imigração ilegal – algo que viria horas depois a desmentir. Contactado pelo i, o Estado Maior do Exército assegurou que não há nenhum português em operações na região.

Já a Força Aérea garantiu ao i que o homem capturado não é um militar no ativo. A FA adiantou ainda que não tem maneira de impedir aqueles que saem da FA de serem recrutados por empresas militares privadas – mesmo em casos em que atuem contra o interesse nacional português.