“Só Ronaldo não chega”. As manchetes da maioria dos jornais italianos nesta quarta-feira diziam praticamente tudo em relação ao que se havia passado na noite da véspera em Turim. Em vantagem na eliminatória, fruto do empate conseguido na primeira mão em Amesterdão (1-1, com golo de Cristiano Ronaldo), a Juventus só precisava de aguentar o barco para chegar às meias-finais da Liga dos Campeões.
E até esteve em vantagem, com um golo… de Cristiano Ronaldo. De cabeça. Outra vez. Desta, porém, o tiro cabeceado pelo CR7 não foi suficiente para travar um Ajax tão exuberante como bem organizado. A exemplo do que já havia acontecido na primeira mão – e, já agora, nos dois jogos da eliminatória anterior, frente ao Real Madrid –, os holandeses foram claramente superiores, manietando mais um dos grandes candidatos à vitória final.
Foi sem grande surpresa, portanto, que se assistiu ao golo do empate, apontado por Van de Beek ao minuto 34 – precisamente o número da camisola de Nouri, a promessa do Ajax que há ano e meio teve um colapso durante um jogo particular, ficando entre a vida e a morte, e que nunca mais voltou a jogar. “Não pode ser coincidência”, diria após o apito final Van de Beek, dedicando a vitória ao amigo de sempre.
Mas havia mais para chegar. Ao intervalo, Massimiliano Allegri lançou Moise Kean, a nova coqueluche da Juve, para o lugar do cada vez mais estagnado Dybala, mas seria o Ajax a continuar por cima, criando várias ocasiões para sentenciar a eliminatória pelos endiabrados Neres, Tadic e Ziyech. Viria a consegui-lo aos 67’, por intermédio do central e capitão De Ligt – um dos defesas mais promissores da Europa –, na sequência de um canto. Ao contrário dos oitavos-de-final, a Juventus não mais se conseguiu reerguer, com os comandados de Erik Ten Hag a chegar às meias-finais pela primeira vez em 22 anos e a tornar-se também a primeira equipa de sempre a chegar a esta fase depois de ultrapassar três pré-eliminatórias. Ronaldo, por seu lado, cai nos quartos-de-final pela primeira vez desde 2010… tal como o Real Madrid.
No outro jogo da noite, a surpresa foi… nenhuma: aos 20’ já tudo estava resolvido, mercê de dois golos de Messi – o primeiro um golaço, o segundo um ‘frango’ de De Gea. “Não vamos pedir desculpa por ter Messi, é uma bênção para nós. O Leo aparece sempre nos grande jogos e quando está assim, é imparável”, assumiu o técnico blaugrana, Ernesto Valverde. Confirmada a passagem às meias-finais – a primeira do Barça nos últimos cinco anos –, houve ainda lugar a mais um golaço, apontado pelo criticado Coutinho aos 61’.