António Costa criticado por convidar pai e filha para ministros

António Costa criticado por convidar pai e filha para ministros


Várias figuras do PSD criticaram ligações familiares. João Paulo Batalha diz que é “um desvio aristocrático estranho”


“Pela primeira vez na história de Portugal, senta-se marido e mulher e pai e filha no conselho de ministros”. A frase é do presidente do PSD, Rui Rio, e surgiu como uma crítica à remodelação no governo. O marido é Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, a mulher é Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, o pai é Vieira da Silva, ministro da Segurança Social, e a filha é Mariana Vieira da Silva, que passou a ser ministra  da Presidência e da Modernização Administrativa.

Rui Rio não foi o único a apontar o dedo às relações familiares dentro do governo. Paulo Rangel defendeu, num artigo de opinião no “Público”, que “não é curial nem pode ser tido por banal que um ministro e uma ministra sejam casados ou pai e filho”. Para o eurodeputado do PSD, é “inaceitável que António Costa não tenha sido nem seja sensível a esta confluência intrincada de relações familiares e de amizade. Como é incompreensível que as pessoas com estes nexos familiares não se escusem de aceitar certas responsabilidades. Nunca esperei que o PS pactuasse com e incentivasse este desenvolvimento oligárquico”.

A presidente da JSD, Margarida Balseiro Lopes, também criticou os laços familiares entre ministros: “marido e mulher. Pai e filha. Não é uma árvore genealógica. É o conselho de ministros que teremos com o PS”.

O assunto foi tema nas redes sociais desde que António Costa anunciou as novas caras no governo. João Paulo Batalha, presidente da associação Transparência e Integridade, escreveu que “este hábito de recrutar nas mesmas casas (já tínhamos ministros marido e mulher, agora soma-se pai e filha) é um desvio aristocrático estranho num partido que se reclama orgulhosamente republicano e socialista”. O politólogo André Freire também comentou que “devia haver algum pudor para evitar” estas situações. As críticas surgiram agora, mas desde o início que existem famílias dentro do governo. A única novidade é que Mariana Vieira da Silva, até agora secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, foi promovida a ministra.