Roland Garros acusado de misoginia e racismo

Roland Garros acusado de misoginia e racismo


A Federação Francesa de Ténis diz que vai proibir o fato utilizado por Serena Williams após a gravidez em Rolland Garros.


Bernard Giudicelli, presidente da Federação Francesa de Ténis, anunciou esta sexta-feira à revista francesa Tennis Mazine que Serena Williams não vai poder continuar a usar o fato que usou durante o último torneio de Rolland Garros. Uma decisão que está a causar muita polémica e que já levantou várias vozes de protesto que acusam a organização de misoginia e racismo.

“Acho que, às vezes, somos demasiado liberais. A combinação de Serena este ano, por exemplo, não vai voltar a ser aceite. Devemos respeitar o jogo e o lugar [onde estamos].”, disse Bernard Giudicelli numa entrevista onde diz que vai impor um dress code no famoso torneio de ténis.

De acordo com a norte-americana, o fato usado durante o torneio ajudava na circulação sanguínea e facilitava a recuperação da tenista no período pós-parto. O fato foi desenhado pela Nike especialmente para Serena Williams. “Sinto-me uma princesa guerreira quando o visto, talvez uma rainha de Wakanda. Sempre vivi num mundo de fantasia. Eu sempre quis ser uma super heroína e esta é a minha forma de ser uma super heroína“, disse Williams na altura do torneio.

A presidente do Comité de Direitos Civis dos Advogados norte-americanos, Kristen Clarke, foi uma das primeiras vozes a mostrar o descontentamento face a esta polémica decisão: “Vamos chamar à restrição do French Open a Serena Williams pelo que ela na realidade é: racista e sexista. Políticas arbitrárias de código de vestuário têm sido desproporcionalmente usadas para visar as mulheres negras nas escolas, no trabalho e agora também no court de ténis. Este é um injusto policiamento dos corpos das mulheres negras.”

Também a Nike mostrou o seu apoio a Serena Williams através de um post no Twitter acompanhado da legenda: “Podem tirar a um super-herói o seu fato, mas jamais podem tirar-lhe o poder.”