O valor das fortunas.  Rankings que deixam  o pódio dos bilionários cada vez mais seguro

O valor das fortunas. Rankings que deixam o pódio dos bilionários cada vez mais seguro


A revista Forbes deu a conhecer, em março, a lista das pessoas mais ricas do mundo em 2018: Jeff Bezos aparecia em primeiro lugar e há vários anos que o pódio é disputado pelos bilionários Warren Buffet e Bill Gates. A constante luta para gerir a fortuna reflete-se nas restantes posições, que sofrem várias alterações nas análises diárias das…


O mundo dos bilionários está em constante mudança: em 2017 os nomes de Alexandre Soares dos Santos – grupo Jerónimo Martins –, Belmiro de Azevedo – grupo Sonae – e Américo Amorim – empresa Corticeira Amorim e acionista maioritário da Galp –, que representavam Portugal nas bolsas de Nova Iorque, deixaram de fazer parte da lista dos mais ricos do mundo. Os dois primeiras perderam o lugar que tinham conquistado no ranking mundial e após o falecimento de Américo Amorim, foi Maria Fernanda Amorim que herdou a posição de mulher portuguesa mais rica do mundo.

A habitual lista das personalidades bilionárias foi publicada em março deste ano, pela revista Forbes. A constante subida do empresário Jeff Bezos – presidente da Amazon – é notável: em 2015 ocupava a 15.ª posição na lista e em 2018 foi considerado a figura mais rica a nível mundial.

As publicações especializadas como a Bloomberg e a Forbes reúnem as pessoas com patrimónios avaliados em milhares de milhões de dólares para dar vida à lista dos mais ricos. As posições variam ano após ano, mas também são atualizadas dia após dia, mediante os valores da principal bolsa do mundo. Ainda assim, as primeiras caras que lideram há vários anos são bastante conhecidas: Bill Gates, Warren Buffet, Mark Zuckerberg, Bernard Arnault e Amancio Ortega são as figuras que menos mobilidade registam. Nas posições mais abaixo, as oscilações surgem com mais frequência.

Se encontrar diferenças entre uma e outra lista não se admire, porque os lugares variam consoante o critério de avaliação de fortunas: o primeiro é quando as personalidades disponibilizam a informação, de forma a facilitar o trabalho dos investigadores.

Contudo, nem sempre esse parecer corresponde ao valor real dos bens e, por isso, “deixa uma margem para a subjetividade” explica Eduardo Silva, diretor de vendas na empresa X-Trade Brokers (XTB). Nestes casos, os valores que se atingem são sempre aproximados por não se saber quando foi feita a última avaliação do património.

A segunda forma é analisar os investimentos que estão em ação e tudo o que é público. Neste método, tiram-se conclusões a partir da soma e da leitura dos relatórios em bolsa, aproximando-se o máximo possível da realidade, explica Eduardo Silva.

Mas como nem todos os empresários têm as instituições públicas, existe um terceiro método que também é usado: cálculos através de valores estimados. Quando as empresas são privadas e não têm obrigações de reportar a informação dos acionistas, contratam-se investigadores privados, “que podem chegar a valores diferentes” continua o diretor de vendas da XTB. E existem ainda os investidores que têm toda a sua atividade de “forma absolutamente obscura”, para que se pense que eles não têm tanto quanto têm na realidade, remata Eduardo Silva. Para estas situações existe um outro método que também deixa ainda mais espaço para a margem de erro.

A Forbes Portugal avança na edição deste mês, numa edição especial, uma lista dos portugueses mais ricos do país e abaixo do primeiro lugar conquistado pelo Grupo Américo Amorim, está Alexandre Soares dos Santos com um património avaliado em 3419 milhões de euros, sendo os principais ativos o grupo Jerónimo Martins e a rede de clínicas Walk’in Clinics – grupo que perdeu este ano a posição no ranking mundial.

Segue-se Vítor Manuel da Silva Ribeiro em terceiro lugar com 1401 milhões de euros e Vasco de Mello com uma fortuna de 1179 milhões de euros.

De acordo com a publicação especializada, em Portugal as pessoas mais ricas são maioritariamente “homens com mais de 60 anos, mas a lista inclui também cinco mulheres”.

Jeff Bezos – 112 mil milhões de euros
Jeff Bezos é o fundador – e maior acionista – da Amazon. A empresa apareceu em 1994 e nasceu a partir da garagem do empresário. Bezos foi construindo o seu império ao longo do tempo e hoje é proprietário do “The Washington Post” – um dos mais conceituados jornais a nível mundial – e tem outras empresas como a Blue Origin e a Nash Holdings LCC. É também acionista em várias instituições conhecidas mundialmente como a Google, Airbnb, Twitter e a Uber. Jeff Bezos já foi eleito pela revista “Time” a personalidade do ano e teve a sua fortuna avaliada em 112 mil milhões de dólares, em março deste ano. 

Bill Gates – 90 mil milhões de euros
O cofundador da Microsoft – a maior produtora de software do mundo – tem os bens avaliados em 90 mil milhões de dólares. Bill Gates possui cerca de 1% da empresa de Redmond e tem investimentos na Canadian National Railway, na Deere e na Ecolab. Já ocupou o primeiro lugar da lista dos mais ricos do mundo entre 1995 e 2007, em 2009 e entre 2014 e 2017, mas a sua fortuna tem vindo a diminuir. Foi mencionado várias vezes pela revista “Time”, nomeadamente como uma das figuras mais importantes do século. Bill e Melinda Gates, são donos da maior fundação de caridade privada do mundo.

Warren Buffett – 84 mil milhões de euros
No mundo dos negócios desde criança – comprou pela primeira vez ações aos 11 anos –, o investidor americano possui mais de 60 empresas em diferentes ramos. A fortuna de Warren Buffet está avaliada em 84 mil milhões de dólares e atingiu o pico em janeiro de 2018 com 93,4 mil milhões. O acionista da Berkshire Hathaway comprometeu-se a doar 99% da sua fortuna a instituições de solidariedade e já se sabe que 32 mil milhões de dólares foram entregues à fundação Gates, apelando a outros bilionários para entregar uma parte da sua riqueza para fins solidários. Buffett possui ações na Coca-Cola e na American Express.

Família Amorim – 5,1 mil milhões de euros
Em Portugal, a família Amorim lidera o ranking nacional. Sendo também a única família portuguesa a constar na última lista, divulgada pela Forbes, dos mais ricos do mundo. Maria Fernanda Amorim ficou com a herança do seu marido que deixou a empresa Corticeira Amorim – líder mundial de cortiça – e a principal ação da empresa Galp Energia. O Grupo Américo Amorim detém ainda participações em bancos domiciliados no estrangeiro e tem ativos imobiliários em Portugal e no Brasil. Em 2016, a filha do casal, Paula Amorim (na foto), assumiu a presidência do conselho de administração da Galp Energia.

*Editado por Carlos Diogo Santos