Juan Carlos I, anterior rei de Espanha, terá usado a sua ex-amante, Corinna zu Sayn-Wittgenstein, como testa de ferro para ocultar os bens financeiros no Mónaco em 2015, segundo o El Español. Tudo isto porque Corinna reside há vários anos neste principado, onde não é necessário declarar publicamente os bens patrimoniais.
O jornal baseia-se nas escutas feitas a Corinna zu Sayn-Wittgenstein, a mulher apontada como antiga amante do rei. A conversa em causa terá sido gravada, sem o seu conhecimento de Corinna, em 2015 numa reunião secreta em Londres com José Villarejo Pérez, um comissário espanhol detido desde novembro de 2017 e condenado por organização criminal, suborno e branqueamento de capitais. Villarejo tinha por hábito gravar as conversas com terceiros e o jornal espanhol conseguiu ter acesso a uma delas.
Na conversa, que também contou com a presença do empresário Juan Villalonga, Sayn-Wittgenstein afirma ter "vivido num pesadelo enorme" porque o rei emérito colocou parte do património nas suas mãos, dando como exemplos propriedades em Marrocos e outros lugares fora de Espanha. Ao colocar as propriedades no nome dela, estas não seriam declaradas às autoridades competentes já que no principado tal não é obrigatório.
A empresária alemã acrescenta que tinha noção de que aceder ao pedido de Juan Carlos significaria cometer um crime de branqueamento de capitais. "(…) Têm-me colocado muitíssima pressão. Por exemplo, enviar-lhe dinheiro ou dar-lhe coisas… isso é branqueamento", afirmou Sayn-Wittgenstein, que contou ainda que o trespasse de bens não foi feito com o seu consentimento explícito.
Corinna zu Sayn-Wittgenstein tornou-se conhecida em 2013, quando o rei de Espanha fracturou a anca durante um safari em Botswana. Nessa altura, supôs-se que o então rei de Espanha se encontrava com ela e que mantinham um relacionamento amoroso.