A Cabify chega hoje a Lisboa. A empresa concorrente da Uber vai estar disponível a partir das 9h30, tal como o i tinha anunciado a semana passada. A essa hora, o novo serviço vai ser apresentado aos jornalistas em conferência de imprensa.
A Cabify, empresa que presta serviços de transporte privado através de aplicações informáticas para dispositivos móveis, tinha feito o anúncio na sua página de Facebook e, para já, a oferta deverá ficar limitada a Lisboa.
No anúncio que fez nesta rede social, a Cabify prometeu “revolucionar o sistema de mobilidade urbana” através dos serviços que presta. Mas ao contrário da Uber, esta empresa prevê parcerias com empresas de táxis e tem estado a recrutar motoristas em Portugal para iniciar as operações.
Para já, ainda não há grandes informações de como esta plataforma vai funcionar mas, nos outros mercados onde atua, o valor de cada viagem é calculado apenas com base na distância que é percorrida, ignorando o tempo passado no trânsito. Por isso, o preço exato é revelado ao cliente no momento em que este acede à aplicação para escolher a viagem – uma diferença que pode ser vista como mais vantajosa em relação à sua concorrente direta.
Tal como acontece com a Uber, que disponibiliza dois tipos de serviços, a UberX e a UberBlack – esta última apenas na cidade de Lisboa -, também a aplicação Cabify conta com as versões Light e Executivo.
A espanhola Cabify chegou no final do mês de abril ao Brasil e conta com a presença em 14 cidades localizadas em vários países, como Espanha, México, Peru, Chile e Colômbia.
Taxistas em guerra O certo é que a nova empresa promete ser mais uma dor de cabeça para os taxistas, que têm vindo a manifestar-se contra a Uber, acusando-a de concorrência desleal.
No final do mês de abril, milhares de taxistas protestaram contra a Uber desde o Parque das Nações até à Assembleia da República, em Lisboa. O percurso demorou seis horas e entupiu a cidade. Ao final da tarde, os taxistas conseguiram reunir-se com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. O protesto aconteceu também no Porto e em Faro.
A verdade é que estas paralisações convocadas pelos taxistas têm vindo a ajudar “ainda mais” ao sucesso da Uber, já que, no dia de paralisação, a aplicação desta plataforma acabou por ser a segunda mais descarregada ao longo do dia na app store.
Ainda assim, um dia depois, os taxistas conseguiram reunir-se com o secretário de Estado do Ambiente, que lhes deu algumas garantias, nomeadamente que as conclusões que o grupo de trabalho apresentar terão de ser aplicadas a todos os operadores do setor.
A Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) já várias vezes exigiu que os carros da Uber fossem apreendidos e os motoristas multados. O responsável máximo pela Uber em Portugal, Rui Bento, respondeu garantindo que todos os motoristas da plataforma estão legalizados e todos os serviços são declarados aos impostos, por isso defende que não há nada na justiça que os possa impedir de trabalhar.
O responsável diz ainda que “a Uber, em Portugal, não tem nenhum processo em curso que restrinja a sua operação. Existe, sim, um conjunto de medidas cautelares sobre uma empresa que presta serviços de Uber nos Estados Unidos e no Canadá, que está pendente de recurso no Tribunal da Relação e estamos a aguardar a decisão”.